Polícia

Assalto frustrado: um dos assaltantes ficou preso por 17 anos

Dois são adolescentes e os outros dois, também, já têm passagem pela polícia.

Tátyna Viana / Imirante Imperatriz

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h58

IMPERATRIZ - Uma quarta-feira (22) tensa, marcada pela expectativa da liberação de quase 20 pessoas que ficaram 2h30, sob a mira de revólveres, durante uma tentativa de assalto a um cartório, no Centro de Imperatriz.

Dos cinco assaltantes, dois são adolescentes. Um dos homens, que pode ter planejado o assalto, cumpriu pena em Pedrinhas, na capital São Luís. Daniel Marreiro da Silva, de 34 anos, conhecido pelo apelido de "escurinho", foi condenado por latrocínio (roubo seguido de morte) e ficou preso por 17 anos. A Justiça lhe concedeu liberdade há cinco meses, quando ele retornou para Imperatriz e voltou a morar com a mãe, no bairro Sol Nascente.

Daniel era quem negociava a liberação dos reféns, por intermédio do advogado Jamil Moura, que mantinha contato com os policiais do lado de fora do cartório. Daniel fumava e falava ao celular o tempo todo. Ele chegou a pedir que comprassem mais cigarros, além de comida e água para os comparsas e reféns.

Também foram presos Mairon Keven Nascimento Silva, de 20 anos, morador do Santa Rita, Francisco de Assis Silva Marinho, de 18 anos, morador da Vila Redenção I, além dos adolescentes L.S.P, de 16 anos, morador do Novo Horizonte, e G.R.O, de 17 anos. Todos já têm passagem pela polícia e um dos adolescentes cumpre medida socioeducativa em liberdade.

O assalto

Os cinco assaltantes chegaram ao Cartório do 6º Ofício, localizado na rua Godofredo Viana, por volta de 14h. O bando anunciou o assalto, pediu o dinheiro do caixa, mas quando tentava sair, percebeu que o cerco havia sido fechado pela Polícia Militar.

"Nosso tempo de resposta foi rápido, nós chegamos ao local em 1 minuto e meio, aproximadamente, e pegamos os suspeitos saindo do cartório. Foi quando eles retornaram com reféns para dentro do cartório", disse o comandante do 3º BPM, tenente-coronel Markus Lima, que fazia contato por telefone com Daniel, negociando a liberação dos reféns.

Cerca de 40 homens, entre policiais civis e militares, com apoio do Grupo Tático Aéreo (GTA), Esquadrão Águia, Grupo de Operações Especiais (GOE) e Força Tática, foram mobilizados na operação.

As negociações

Durante a negociação, os assaltantes exigiram coletes à prova de bala, comida, água e até cigarros. O advogado Jamil Moura estava fazendo um serviço no cartório quando foi abordado pelo bando. Ele tentava acalmar os outros clientes e foi usado pelos assaltantes para intermediar as negociações com a polícia.

"Colocaram a gente no banheiro, todo mundo no banheiro, e primeiro liberaram uma grávida que tava passando mal. Foi anunciado que eu era advogado e eu comecei a falar com eles pra terem calma. Falavam muita gíria, 'a casa caiu', queriam algum local pra sair, pelos fundos, mas o cartório é uma caixa, só tem uma entrada e uma saída. Eu tive que mostrar pra eles que a gente não ia se evadir. Eu tava na linha de frente e eles falavam que se eu corresse matavam meu amigo, que tava comigo. Eles falaram com o comandante por telefone e foi fundamental", relatou o advogado.

Depois de muita conversa, os 17 reféns, foram sendo libertados, um a um.

"É uma situação tensa que todo mundo fica nervoso. Houve tempo de conversar muita coisa, até sobre direito, inclusive, um deles perguntou como ía ficar a situação deles, porque um era albergado", lembrou o advogado.

Para que os assaltantes se entregassem, o comandante da Polícia Militar se comprometeu em chamar as famílias, mães e namoradas dos assaltantes, para a garantia da integridade física deles.

Eram cinco assaltantes, mas apenas três revólveres. Após a saída dos reféns e chegada dos familiares, eles colocaram as armas no chão e foram se entregando, um por vez.

De acordo com a Polícia Militar, o veículo que seria usado na fuga dos assaltantes foi visto rondando o quarteirão do cartório, mas com a chegada dos policiais, o homem que daria cobertura de carro, fugiu. Dentro da bermuda de um dos assaltantes foram apreendidos R$ 420 e mais R$ 118 com outro. Com a namorada de um deles, que foi levada na mesma van da polícia, após o bando se entregar, a PM apreendeu mais R$ 200.

O assaltantes foram apresentados no Plantão Central.

Assalto frustrado: um dos assaltantes ficou preso 17 anos em Pedrinhas

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