Procon/Decon aponta golpes mais comuns em Imperatriz

Maioria das denúncias é contra empresas de telefonia fixa e celular.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 15h30

Imperatriz - O médico veterinário José Lopes da Fonseca, 45 anos, recebeu uma ligação telefônica e uma pessoa se dizia atendente de uma empresa de listas telefônicas sediada em Campinas, interior de São Paulo, e estava interessada em confirmar os dados da empresa dele.

Sem desconfiar de nada, José Lopes respondeu a todas as perguntas. Para sua surpresa, uma semana depois chegou em sua clínica, via Correios, um boleto bancário referente a contrato com a Empresa Nacional de Listas e Guias Ltda (Enlitel).

Lopes só se deu conta do erro que cometeu três dias depois de receber a conta, quando as ligações se repetiram com atendentes usando tom ameaçador para forçá-lo a pagar pelo contrato, sob pena de ter o nome incluído na Central de Serviços Bancários (Serasa).

Para alívio do veterinário, o contrato com a suposta empresa foi cancelado como resultado de uma denúncia ao Procon, mesmo resultado que ele espera acontecer com outras duas empresas do mesmo ramo que também o “fisgaram”. Esse é apenas um exemplo de um dos golpes mais comuns que vêm sendo aplicados em Imperatriz nos últimos dois meses, segundo levantamento da Defensoria do Consumidor.

Mais conhecido como Procon/Decon, o órgão de defesa do consumidor no município atendeu nos meses de julho e agosto mais de 3.000 denúncias, sendo a maioria contra empresas de telefonia fixa e celular.

Vítimas – Outra vítima de golpistas é Geórgia Teodora. A recepcionista de 21 anos precisou recorrer ao Procon para receber de volta a importância de R$ 104,00, referente ao pagamento indevido de duas contas telefônicas. A consumidora explica que, mesmo tendo cancelado sua linha telefônica em maio, nos dois meses seguintes recebeu faturas que optou por quitá-las.

A recepcionista afirma que procurou a empresa de telefonia, mas alega ter recebido a promessa de devolução do valor em 20 dias, o que não aconteceu. Somente na primeira audiência de conciliação ocorrida quarta-feira, 11, (dia em que o Código do Consumidor fez 12 anos) um funcionário anunciou o reembolso do dinheiro. O representante da empresa não quis comentar o assunto com a reportagem.

Os juros elevados por débito em atraso motivaram Rosangela Morais Carvalho, de 26 anos, a também procurar o Procon. Desempregada, ela não teve como honrar o débito referente a uma compra em uma loja de Imperatriz. Depois de mais de dois anos, o débito passou de R$ 80 para R$ 139,00.

“O gerente falou que a cobrança era baseada em juros de 10% ao mês. Achei muito caro e fui ao Procon. Lá, foram refeitos os cálculos e o resultado é que a conta baixou para R$ 71,97, que inclusive já paguei”, explica Rosangela Carvalho. Ela informa que pelos cálculos do Procon a taxa de juros cobrada foi de 12% ao ano e não 10% ao mês como queria a empresa. “Ainda estou desempregada, mas consegui pagar a conta para ter meu nome limpo”, desabafa.

Fique por dentro

Reclamações

Cemar - corte, cobrança retroativa.

Caema - Preços elevados com a implantação de hidrômetros, corte indevido.

Telefonia - Fatura indevida, corte indevido, entre outros assuntos.

Empresas diversas - Cobrança de juros abusivos.

Instalações do Procon/Decon

A Defensoria do Consumidor de Imperatriz trabalha em parceria com a Prefeitura e o Governo do Estado.

Instalado no Viva Cidadão, na rua Godofredo Viana, 757, centro, o órgão conta com dez funcionários, sendo quatro deles procedentes do Estado.

Antes de começar a atuar, eles passaram por treinamento que os tornaram capazes de identificar os problemas e prestar orientações aos consumidores baseados no Código de Defesa do Consumidor.

Relatório

Um breve relatório de atividades mostra que em julho e agosto o Procon atendeu 3.12 pessoas e prestou informações pelo telefone (197) a 366 pessoas.

Em 2001, o órgão recebeu 890 reclamações fundamentadas. Desse total, 659 foram solucionadas, enquanto que 231 não foram resolvidas.

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