Próximo do sonho!

Maranhense se aproxima do sonho da São Silvestre

De julho de 2013, até o momento, Francisco disputou 16 corridas.

Heider Matos/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h47
 Com histórico de superação contra as drogas, maranhense se prepara para correr a 90ª edição Corrida Internacional de São Silvestre, em São Paulo. Foto: Biné Moraes/O Estado.
Com histórico de superação contra as drogas, maranhense se prepara para correr a 90ª edição Corrida Internacional de São Silvestre, em São Paulo. Foto: Biné Moraes/O Estado.

SÃO LUÍS – Superação. Esta palavra define a vida de Francisco das Chagas Melo, de 46 anos. O maranhense de São Luís Gonzaga competirá este ano, pela primeira vez, a tradicional Corrida de São Silvestre, que é realizada todos os anos no dia 31 de dezembro, na cidade de São Paulo. Após 30 anos de dependência química, Francisco, que trabalha como zelador no Grupo Mirante, resolveu mudar de vida e encontrou nas corridas de rua a sua libertação.

Competir na maior corrida de rua do Brasil e da América do Sul é um sonho para Francisco. Ele conta que o desejo é de infância e que o apoio de familiares e amigos foi fundamental para esta realização. “Eu sempre acompanhava, desde criança, e dizia para mim mesmo que um dia eu iria correr a São Silvestre. Eu contei para um amigo que esse era o meu sonho. E ele disse que se eu ganhasse a corrida da Mirante, ele patrocinaria minha ida a São Paulo para a competição. Foi ele quem deu o ponta pé inicial. Outros colegas fizeram uma vaquinha para que eu pudesse realizar esse sonho. Agora vou conseguir realizar este sonho. Todos me ajudaram. Principalmente minha esposa que nunca me abandonou e sempre me incentivou”, festejou.

Para competir, Francisco teve de mudar radicalmente os hábitos alimentares e a forma de se exercitar. Além disso, o acompanhamento de profissionais da saúde foi fundamental para que ele conseguisse preparo necessário para esta competição. “Acordo cedo e corro um dia sim outro não, até 12 quilômetros. Mas tem dias que corro 21 quilômetros para eu poder-me acostumar. Além disso, faço yoga, fisioterapia e mudei minha alimentação”.

Quanto ao objetivo na competição. Simples. “Se eu chegar entre os quinhentos, já está de bom tamanho pra mim”, disse o gonzaguense.

 . De julho de 2013, até o momento, Francisco disputou 16 corridas. Foto: Flora Dolores/O Estado.
. De julho de 2013, até o momento, Francisco disputou 16 corridas. Foto: Flora Dolores/O Estado.

Reação

O desejo de correr veio durante a internação em um clínica de reabilitação para usuários de drogas. “Um dia lá na clínica me deu uma vontade de correr ao redor do campo de futebol. Gostei. Daí comecei correr todos os dias. A fisioterapeuta me perguntou se eu tinha vocação para corrida. Eu contei que não. Ela então, disse para eu participar de corridas de rua, pois eu tinha futuro. Ai eu pedi para um amigo me inscrever em um corrida. Desde então, não parei mais de competi”, relatou.

Francisco conta que não foi fácil largar a dependência química, mas o desejo de mudar de vida foi maior que as adversidades. “Eu me sentia no fundo do poço. Um dia decidi ir ao médico. Lá disse para a doutora que eu era dependente químico e queria largar e queria ajuda para encontrar uma solução. A doutora me indicou para o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Capsad) e consegui me recuperar. Estou há dois anos sem utilizar nenhum tipo de droga”, contou.

De julho de 2013, até o momento, Francisco disputou 16 corridas. E em duas, sagrou-se vencedor. A São Silvestre será décima sétima competição, em pouco menos de dois anos, e vem coroar uma mudança significativa de vida. A força de vontade de Francisco é prova de que é possível superar limites.

Corrida terá dois campeões estrangeiros em edição especial

Em sua edição especial de 90 anos, a Corrida Internacional de São Silvestre promete uma das disputas mais equilibradas dos últimos anos. Além dos principais nomes do Brasil na modalidade, a prova do dia 31 de dezembro, com 15 km pelas ruas e avenidas paulistanas, contará destaques também do exterior. As duas primeiras confirmações são o etíope Tariku Bekele, vencedor em 2011, e a queniana Nancy Kipron, campeã no ano passado. Eles encabeçam a lista de atrações internacionais, que terá outros destaques, da principal prova de rua da América Latina.

A programação de horários de largadas no dia 31 de dezembro, na Avenida Paulista, em São Paulo, tem a categoria Cadeirantes começando às 7h45 (de Brasília). O pelotão de Elite feminino terá a largada às 8h40. Logo em seguida, às 9 horas, será a vez do pelotão de Elite masculino, Pelotão Especial (masculino e feminino), atletas em geral e com outras deficiências.

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