AUSTRÁLIA - O Mundial de handebol feminino que ocorrerá no Japão em novembro de 2019 pode entrar para a história do esporte ao se tornar a primeira competição a contar com a participação de uma atleta transgênero. Hannah Mouncey, nascido Callum Mouncey, ganhou autorização da Federação Internacional de Handebol (IHF) neste ano para jogar no feminino após transição de gênero iniciada em novembro de 2015.
A primeira vez que a atleta atuou no esporte feminino foi em dezembro deste ano, durante o campeonato asiático. Com participação de Hannah, a Austrália conquistou o quinto lugar no torneio e garantiu a vaga em Tóquio 2019, que também contará com a presença do Brasil.
Antes da mudança de gênero, ainda como Callum, Hannah jogou na seleção masculina da Austrália por 22 vezes e chegou a disputar o Mundial masculino na Espanha em 2013.
Em entrevista ao site Players Voice, a atleta contou que apesar de jogar no masculino, a luta dentro de si continuava e garante estar orgulhosa da conquista: "Eu joguei e ignorei meus problemas de gênero por muito tempo e, para ser franca, eu estava uma bagunça. Eu não tinha lidado com os problemas do jeito que deveria e fiquei apavorada com o que estava por vir. Mas estou orgulhosa do que conquistamos", disse.
Em casos como o de Hannah, o Comitê Olímpico Internacional verifica o nível de testosterona em transgêneros e pede um controle de terapia hormonal realizado durante 12 meses antes de autorizar qualquer competição.
Atuando entre as mulheres pelo time Melbourne Handball Club, a atleta australiana conseguiu a autorização da Federação Internacional de Handebol no primeiro semestre de 2018. Em abril, Hannah começou a treinar com a seleção australiana em preparação para o torneio asiático. Em sua estreia, apesar da derrota por 32 a 24 para o Cazaquistão, a atleta fez quatro gols no jogo.
Em seis jogos disputados no torneio, Hannah Mouncey marcou 23 gols e ajudou a Austrália na conquista da classificação para o Mundial de 2019. Apesar do esporte não ser muito popular no país e as atletas precisarem tirar do próprio bolso para competirem, a conquista da atleta transgênero dentro do handebol vem se tornando um marco histórico.
"Passei por cima da minha agressão na quadra e tentei o máximo que pude para ser um dos garotos, o que foi um fracasso sombrio, e sempre tive que ser o melhor a levantar no ginásio", contou Hannah.
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