Investigações

Blatter fala em traição, clama inocência e avisa: “Eu voltarei”

Questionado sobre as polêmicas das Copas de 2018 e 2022, ele fugiu do assunto.

Gazeta Esportiva

Atualizada em 27/03/2022 às 11h36
(Foto: AFP)

SÃO PAULO - Após receber a punição do Comitê de Ética da Fifa, o ex-presidente Joseph Blatter negou que o afastamento de oito anos de qualquer atividade ligada ao futebol tenha relação com as investigações realizadas com o FBI. Questionado sobre as polêmicas envolvidas na organização das Copas de 2018 e 2022, fugiu do assunto: “Quero falar sobre traição”, anunciou.

“Ao fim da Copa do Mundo no Brasil eu deveria ter largado (a presidência). Não fiz isso porque, na ocasião, Michel Platini estava se decidindo se concorreria ou não ao cargo e outras cinco confederações me pediram para continuar”, relatou.

“Nunca traí ninguém por dinheiro. E agora dizem que eu paguei 2 milhões de euros (cerca de R$ 8 milhões) por votos. Mas votos de quem? Sempre tive votos da Europa”, continuou.

Ao ser questionado sobre as investigações realizas pela Justiça Americana, que já indiciaram 16 dirigentes ligados a entidade, Blatter negou qualquer ligação com os cartolas presos nas operações comandadas pelo FBI. “Todas essas pessoas que foram punidas pelas autoridades americanas são da América do Norte ou Sul, da Concacaf ou Conmebol. Foram atividades ligadas a suas confederações, ligadas aos direitos das competições locais. A Fifa não tem responsabilidade sobre essas administrações locais”, defendeu.

“Sou muito ligado à Fifa há 40 anos. Quando vi a Fifa ser atacada pelo que ocorreu em maio de 2015 (a prisão de sete dirigentes pelo FBI), quando disseram que a Fifa é uma organização mafiosa – e isso é um ataque -, eu assumi a responsabilidade de proteger a entidade”, declarou.

Antes de encerrar a coletiva de imprensa, o dirigente disse que, apesar de não querer falar sobre sua saúde, recebeu ajuda providencial em novembro. “Se não fosse isso, talvez, não estivesse aqui”, contou. “Quero ir para casa, mas estou bem, tenho a ajuda de minha filha, de minha mulher e de muitas pessoas da Fifa, de membros europeus, pessoas que estão comigo e entendem que sofri uma grande injustiça”, encerrou. Antes de deixar o recinto, já de pé, avisou: “Eu voltarei.”

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