Revezamento da tocha

Sônia Guajajara vai conduzir a tocha por garantia de direitos dos indígenas

Liderança indígena de expressão nacional, Sônia Guajajara, ficou surpresa com indicação.

João Rodrigues/ Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h32

IMPERATRIZ – A índia Sônia Guajajara é uma das 75 pessoas que vão conduzir a tocha olímpica, nesta terça-feira(14), na cidade de Imperatriz, no sudeste do Estado.

Indicada por várias entidades não-governamentais que atuam na defesa dos índios e preservação do meio ambiente, Sônia aceitou participar do revezamento da tocha olímpica, não por vaidade própria, mas como um ato em defesa de seu povo.

Com graduação em Letras, pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Sônia integra a Coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e se orgulha em pertencer a reserva indígena Arariboia, dos povos Guajajara da cidade de Amarante do Maranhão.

A liderança admite que nunca praticou esportes, nem mesmo a corrida de tora, em razão deste esporte não fazer parte dos costumes de sua etnia, no entanto não esconde a surpresa e a satisfação em ser uma das condutoras do fogo olímpico.

“Foi com surpresa e com muita alegria que recebi a indicação porque acho que a tocha é um momento importante, é um marco na história de quem vive isso e para mim é uma passagem que vai marcar mais, ainda, essa luta nossa por estar dando esse reconhecimento, não a mim, mas aos povos originários”, argumenta.

Sônia diz que começou a sua vida de liderança, de forma gradativa e sem nenhum caso pontual. Primeiro ela integrou a coordenação executiva da Coordenação das Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), cargo para o qual ficou por dois mandatos ( 6 anos), e com o término das gestões foi eleita para o comando da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), que tem sede em Manaus (AM) e trabalha com os nove Estados que integram a Amazônia Legal.

Depois ela, também, foi eleita coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), e todos os mandatos nas entidades juntos somam 13 anos de ativismo em favor dos indígenas.

Sentimento da condução

Sônia Guajajara revela que durante a condução da tocha, nesta terça-feira (14), que vai levar consigo o sentimento de defesa e proteção da vida dos povos indígenas. Ela admite que o momento é de grande visibilidade, ideal para protestos, mas que nem sempre tudo é mostrado pela mídia e que sua missão nesse ato será relacionado ao atual momento político do país.

“A gente sabe que a mídia evita de mostrar muita coisa, mas para nós o que fica mesmo neste momento é a questão do momento político difícil, essa insegurança política no país, essa instabilidade, no nosso caso a ameaça de retrocesso de direitos é muito grande, então para nós o ponto marcante será dar essa voz ao não retrocesso dos direitos garantidos aos povos indígenas”, finaliza a liderança que está atualmente em fase de gravação de um documentário em defesa do meio ambiente a convite da top brasileira Gisele Bündchen.

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