Herança

Filho mantém tradição do pai na São Silvestre após mais de 70 anos

Ademir, de 66 anos, já vai para sua 26ª participação na corrida.

Gazeta Esportiva

Atualizada em 27/03/2022 às 11h26
Na família Gatti, por exemplo, a tradicional corrida do fim de ano ultrapassa uma geração.
Na família Gatti, por exemplo, a tradicional corrida do fim de ano ultrapassa uma geração. ( Foto: Reprodução)

SÃO PAULO - Em sua 92ª edição, a Corrida Internacional de São Silvestre tem, sem dúvidas, um lugar na história de muita gente. Na família Gatti, por exemplo, a tradicional corrida do fim de ano ultrapassa uma geração. Ademir, de 66 anos, já vai para sua 26ª participação e tem consigo uma relíquia: uma medalha da vigésima São Silvestre de seu pai, Felício, conquistada no ano de 1944 – último em que apenas brasileiros participaram.

“Com 24 anos ele já corria. Depois que ele casou, parou. Agora faz 35 anos que eu corro. Nunca corri com ele, mas ele gostava, me incentivava. A primeira vez que corri a São Silvestre faz 26 anos”, afirmou Ademir durante a retirada de seu kit para a prova deste sábado. “Comecei era na virada. A gente chegava meia noite, mas eu estava no viaduto do chá ainda”, lembrou.

Apaixonado por correr, o paulista conta como afastou seus filhos do gosto pela corrida. “Meus filhos detestam correr, não puxei ninguém. Quando comecei a correr eles eram pequenos e eu os levava comigo. Começaram a acordar seis da manhã para ir correr e eles detestavam. Então hoje eles não podem nem ouvir falar”, relatou em meio a risadas.

Experiente no esporte, Ademir indica o caminho para aqueles que buscam começar a correr. “Não desistam e vão atrás do sonho. Treinem sério, tenha uma série de restrição. Não beber, dormir cedo, não fumar. Ter uma alimentação regrada. Porque é gostoso você sentar a barriga num balcão e comer, beber. Mas quem corre não faz isso. Ter acompanhamento cardiológico também. É entrar na vida de atleta. Não só correr quando dá”, conta o agora aposentado da indústria automobilística.

Ademir também recomenda ter um grupo para correr lado a lado, dividindo a experiência. “Tenho um técnico que dá bastante treinamento e sempre corri em turma. Para incentivar. A corrida sozinha é mais técnica, cansativa. Em equipe é melhor. Sempre ter uma referência né para correr junto com você”, acrescentou o corredor.

Atleta com um grande currículo de provas, Gatti falou do carinho com a São Silvestre, sempre “exigida” pelos corredores de carteirinha. “Já corri em Nova York, Veneza. Tudo maratona. Já fiz 56 maratonas até hoje, mas perguntam sempre se eu corro a São Silvestre. É a estrela”, contou.

“É uma prova de confraternização para encerrar o ano. Uma festa para encontrar os amigos. Você faz seu melhor tempo, corre junto. É uma prova participativa, não competitiva. Corredor não tem adversário. A corrida é você e você, então não existe adversário. Têm amigos. Se ele está bom, ele vai. Essa é a diferença. Até hoje em 35 anos, só tenho amigos”, completou.

Para a retirada dos kits da Corrida de São Silvestre, os competidores devem ir até o Ginásio Mauro Pinheiro, no número 1300 da rua Abílio Soares, até esta sexta-feira. Os portões estarão abertos das 9h às 19h no dia 29 e das 9h às 16h no dia 30.

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