Stock Car

Em tratamento, brasileiro caiu em antidoping por metabólito da maconha

Matos emitiu um comunicado afirmando que recorrerá da decisão.

Gazeta Esportiva

Atualizada em 27/03/2022 às 11h36
( Foto: Divulgação)

SÃO PAULO - Suspenso por dois anos pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) por doping, o piloto Rafa Matos, da Stock Car, testou positivo para um metabólito da maconha. Ele foi flagrado com a presença em seu organismo de 11-nor-9-carboxi-delta-9-tetrahidrocanabinol, em um exame realizado na etapa de Curitiba da Stock Car, em 18 de outubro.

A substância encontrada no exame de urina de Rafa Matos, que competiu duas temporadas na Fórmula Indy, é resultado da metabolização do THC, princípio ativo da maconha. Em sua defesa no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da CBA, o piloto alegou ter permissão para uso da substância nos Estados Unidos, onde o consumo terapêutico de maconha é legalizado, como tratamento para um tumor no ombro.

Matos emitiu um comunicado nesta sexta-feira (19) afirmando que recorrerá da decisão. A CBA informou a suspensão do piloto sem especificar para qual substância ele testou positivo. Por recomendação de seus advogados, o mineiro não comentará ou falará abertamente sobre o tratamento até que o caso seja julgado em última instância.

“Tenho toda a documentação e a licença terapêutica que me permite usar a substância encontrada no exame. Justamente por não ter interesse de empregá-la em competição, não solicitei o termo que me autorizaria a adotá-la nos campeonatos brasileiros. Além disso, tais substâncias não têm entrada e uso autorizados no Brasil a não ser por meio de sentença judicial, embora haja vários pacientes que dependam dela para tratamento”, disse Matos no comunicado desta sexta-feira.

Segundo o piloto mineiro, o tratamento alternativo foi sugerido pelos médicos para o tumor no ombro, identificado em 2006, porque uma operação poderia atrapalhar sua mobilidade, o que colocaria sua carreira em risco. Matos também teve um tumor no fêmur quando tinha 18 anos e o retirou cirurgicamente.

O relator do processo de Matos, Eduardo Rodrigues Junior, alega em seu voto – acompanhado pelos outros auditores da Comissão Disciplinar -, que as justificativas de uso terapêutico e fora de competição apresentadas pelo piloto não são válidas já que o exame foi realizado durante uma etapa da Stock Car. A hipótese de negligência também não foi aceita porque o piloto sabia que o 11-nor-9-carboxi-delta-9-tetrahidrocanabinol faz parte da lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada).

“Corro há 15 anos no automobilismo norte-americano, conhecido pelo rigor no respeito às regras. Sempre prezei pelo cuidado com a alimentação e a saúde para exercer minha profissão de forma eficiente. Agradeço as manifestações de carinho daqueles que compreenderam que não houve qualquer intenção ou desejo de burlar regras. Estejam certos de que nada abalará minha vontade de fazer o que sei de melhor”, afirmou Rafa Matos em seu comunicado.

Matos foi suspenso por dois anos pela CBA a partir de 18 de outubro, data do exame e quando passou a valer uma suspensão preventiva de 30 dias. Antes do julgamento, ele tentou uma diminuição da pena provisória para poder disputar a etapa final do campeonato da Stock, em 13 de dezembro, mas não teve a solicitação atendida.


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