Série A

Denunciado ao STJD, Eurico Miranda pode ser suspenso por até três anos

A data do julgamento será divulgada nos próximos dias.

Gazeta Esportiva

Atualizada em 27/03/2022 às 11h38
(Paulo Fernandes / CRVG)

RIO DE JANEIRO - As duras críticas proferidas por Eurico Miranda contra a arbitragem e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após o jogo entre Vasco e Chapecoense, na última semana, pode render uma pesada punição ao presidente cruz-maltino. Denunciado pela Procuradoria da Justiça Desportiva, o polêmico dirigente correr o risco de ser suspenso por três anos, além de pagar uma multa de até R$ 100 mil. A data do julgamento será divulgada nos próximos dias.

Indignado com a marcação de um pênalti a favor dos catarinenses, que culminou no empate em 1 a 1 entre equipes que lutam para fugir do rebaixamento, Eurico tomou a palavra na coletiva e detonou a arbitragem, alegando que o Vasco foi prejudicado de maneira proposital.

“O que aconteceu hoje foi escândalo, um escândalo. Ele marcou pênalti em que a bola bate na barriga. Levou muito tempo para marcar porque alguém mandou ele marcar. Alguém mandou por esses aparelhos de comunicação que eles usam. Árbitro quando tem convicção aponta para a marca direto. Ficou caracterizada a má intenção dele com esse ponto eletrônico”, acusou Eurico na ocasião.

O mandatário também disparou contra a Comissão de Arbitragem e o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Pádua, alegando que o dirigente – um dos quatro vice-presidentes da CBF – tenta beneficiar os clubes de Santa Catarina.

“Vou fazer uma afirmação: os árbitros têm nos prejudicado sistematicamente. Os maiores culpados não são eles, são quem escala. A coisa está ficando escandalosa. Mas não adianta fazer lamento, os pontos estão perdidos mesmo”, esbravejou o mandatário. ““É evidente que Pádua tem interferência direta na arbitragem. O árbitro recebe comunicados antes da partida. Esse presidente da Federação Catarinense vai, com a maior tranquilidade, aos vestiários dos árbitros diz para apitar bem que com ele vai ser aspirante à Fifa. Tem de investigar essa ida dele. Isso é proibido.”

A Procuradoria alega que Eurico cometeu infração ao artigo 258, inciso II, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que prevê punição para quem “desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões ao “afrontar os preceitos de boa ética e do fair play”, além de infringir o artigo 258 ao assumir “conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva” por sinalizar a existência de um possível complô político, além de criticar a integridade do trabalho da Comissão de Arbitragem. Por cada uma dessas infrações, Eurico pode ser banido por 15 a 180 dias.

As acusações não param por aí. No dia seguinte à coletiva, Eurico voltou a se pronunciar para confirmar as acusações anteriores e declarar guerra à CBF, dirigindo-se diretamente ao presidente da entidade nacional. “Esse Sr. Marco Polo Del Nero vai ver o que vai acontecer por parte do Vasco se essas providências não forem tomadas. Não jogo conversa fora. Será guerra sem quartel. Consequências eu não sei, tudo pode acontecer … Daqui para a frente, prejudicou o Vasco, vai sofrer as consequências. Vou repetir, guerra sem quartel”, atirou o vascaíno.

No entendimento da Procuradoria, as palavras caracterizam infração ao artigo 243-D do CBJD, pois incitou publicamente o ódio e a violência. Nesse caso, a suspensão prevista é entre 360 e 720 dias, além de multa de até R$ 100 mil. Caso Eurico seja condenado à pena máxima em todos os casos, o dirigente pode ficar afastado do futebol por 1080 dias, cerca de três anos.

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