Futebol

Osorio pede torcida “de verdade” e critica troca de acusações no clube

Poupando os jogadores, o treinador criticou o público de apenas 16 mil pessoas no Estádio do Morumbi.

Gazeta Esportiva

Atualizada em 27/03/2022 às 11h39
(Foto: Reprodução)

SÃO PAULO - O técnico Juan Carlos Osorio abandonou a calma para analisar o desempenho do São Paulo no empate sem gols contra a Chapecoense, na noite de quinta-feira (17), pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Poupando os jogadores, o treinador criticou o público de apenas 16 mil pessoas no Estádio do Morumbi e enxergou uma influência clara da crise política pela qual passa o clube na fraca performance demonstrada.

“No jogo do Flamengo tinha 67 mil pessoas. Já aqui…”, começou Osorio, apontando o dedo para cima, fazendo referência às arquibancadas do estádio. “Vou falar em espanhol para deixar bem claro o que quero dizer. Eu vejo muitos jogos pelo mundo e, na Alemanha, na Inglaterra, existem torcidas que apoiam a todo momento, independentemente do resultado. Na América do Sul, é o contrário. O time que tem que contagiar os seus torcedores”, continuou o comandante tricolor, para depois direcionar a crítica exclusivamente aos aficionados são-paulinos.

“Estou falando daqui (São Paulo). Aqui é pior. Eu vi alguns jogos no Brasil em que a torcida apoia o seu time e, em caso de resultado ruim, reclama apenas no final. Para mim, uma torcida de verdade apoia a todo momento”, reclamou o colombiano. Para o treinador, porém, mais do que a falta de apoio vindo das arquibancadas, os bastidores movimentados do clube influenciam bastante na cabeça dos atletas.

“Um critica o outro, que responde, aí outro manda uma carta para responder…por favor!”, exclamou. “Isso não pode existir em um clube, são muitas coisas ao redor que acabam prejudicando. Os jogadores são seres humanos como todos os outros e estão cientes do que acontece”, completou.

As falas do comandante fazem referência à demissão do CEO, Alexandre Bourgeois, que alegou ter sido ameaçado de agressão por um assessor de imprensa do presidente, Carlos Miguel Aidar. Um dos idealizadores do cargo de Bourgeois, o empresário Abílio Diniz enviou uma carta ao mandatário são-paulino oferendo auxílio financeiro ao clube, condicionando a ajuda a uma auditoria nas contas são-paulinas.

Em meio a tudo isso, Aidar viajou ao Panamá para acompanhar o lançamento de um avião em homenagem ao Tricolor, criado pela Copa Airlines, patrocinadora do clube. De lá, o dirigente, que chegou ao Brasil somente na noite desta quinta, chamou os críticos de sua gestão de “frustrados” e dispensou qualquer ajuda na administração.

O próprio Osorio já teve de sofrer com os conturbados bastidores. Após a derrota por 2 a 1 para o Flamengo, no Maracanã, recebeu uma mensagem de um dirigente não identificado pelo clube reclamando muito de seu trabalho e até cogitou deixar o comando do Tricolor. Como o momento melhorou e as vitórias vieram, no entanto, ele acabou voltando atrás nesta ideia.

Resta saber agora se o técnico vai conseguir isolar o elenco de tudo que rola fora das quatro linhas para manter-se no topo da tabela. O próximo desafio é no domingo, às 16h, contra o Avaí, no estádio da Ressacada.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.