Campeonato Paulista

Valdivia sai do banco para garantir festa e Palmeiras nas semifinais

O chileno entrou em campo aos 16 do segundo tempo.

Gazeta Esportiva

Atualizada em 27/03/2022 às 11h44

SÃO PAULO - O Palmeiras fez 20 contratações na temporada, mas precisou de dez minutos do jogador mais caro do elenco, que já estava no clube, para passar por sua primeira decisão no ano. O torcedor acordou cedo para garantir o melhor público de 2015 no Palestra Itália, e só conseguiu festejar quando Valdivia saiu do banco para criar a jogada do gol da vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo de Ribeirão Preto, colocando o time nas semifinais do Campeonato Paulista.

O chileno entrou em campo aos 16 do segundo tempo. Aos 26, roubou a bola na defesa, acionou o ataque, recebeu na meia-lua, enganou a marcação ao fingir que chutaria e abriu para Lucas fazer a assistência para Leandro Pereira, autor do gol da classificação. Mas que viu a torcida cantar o nome do camisa 10, frequente desfalque e que negocia a renovação do contrato que acaba em agosto.

Antes, o que se viu foi um time com presença de ataque, mas temeroso a chutar. No primeiro tempo, Dudu acertou a trave com o gol vazio, e o árbitro chamou atenção negativamente: anulou dois gols do Botafogo, um do Palmeiras e recebeu contestações também por faltas que Dudu julga ter sofrido dentro da área no segundo tempo. Ao final, porém, festa do Verdão, que enfrenta o Corinthians, em Itaquera, no jogo único da próxima fase.

O jogo – Oswaldo de Oliveira abriu mão da movimentação de Cristaldo para ter uma referência com estatura no ataque, apostando em Leandro Pereira. Com Cleiton Xavier e Valdivia no banco, a estratégia era no toque de bola de Rafael Marques, Robinho e Dudu, que, teoricamente, teriam mais espaço com o centroavante segurando a zaga na área.

A tensão dominou os primeiros minutos, fazendo até Zé Roberto, aos 40 anos, se desentender com um adversário. Só Robinho soube ter tranquilidade para tentar repetir o seu golaço sobre Rogério Ceni que valeu placa, encobrindo o goleiro Renan Rocha ao quatro minutos, mas por cima do gol.

Apesar do lance, estava difícil se aproximar da área do Botafogo, e o Verdão resolveu repetir a estratégia que definiu rapidamente a vitória sobre o Mogi Mirim, na semana passada. O time inteiro, com a óbvia exceção de Fernando Prass, ficou no terço central do gramado, esperando um contra-ataque para usar a velocidade. A dinâmica de Arouca para transitar entre todos os setores e a movimentação de Gabriel para marcar facilitava a ideia.

A tática, entretanto, atraiu o Botafogo e quase foi fatal. Aos cinco minutos, após cobrança de escanteio, Bruno Costa empurrou a bola para as redes vazias. Mas, para sorte palmeirense, o árbitro Marcelo Rogério não concordou com o assistente, que validou o gol, e marcou falta sobre Fernando Prass antes da finalização.

Coube ao Palmeiras tentar respirar, mas não adiantou dar alguns passos à frente e dominar o campo adversário a partir dos 20 minutos. O adversário, mesmo quando estava com a bola, tinha sempre alguém próximo de qualquer jogador do Palmeiras. A chave era não desperdiçar uma rara chance, como Dudu acabou fazendo.

Aos 22 minutos, Zé Roberto cruzou na área, Victor Ramos ganhou de cabeça e a bola sobrou limpa, com o gol vazio para o atacante. A contratação mais cara da temporada conseguiu empurrar com o pé a bola na trave. A torcida se enervou, e ficou ainda mais irritada aos 25, quando Dudu rolou para Leandro Pereira finalizar no contrapé do goleiro, que evitou a abertura do placar com uma grande defesa.

O resto do primeiro tempo foi de nervosismo. Robinho e Lucas, presença constante no ataque, não acertavam quase nada, e o Palmeiras não criava. A ida para o intervalo quase piorou, não fosse Fernando Prass, que saiu da área como o alemão Neuer para cortar lançamento, já nos acréscimos.

Nos vestiários, Zé Roberto, uma das poucas opções eficientes na frente, reclamou de incômodo muscular e Victor Luis entrou em seu lugar. O que mudou, efetivamente, foi a presença maior no ataque, que proporcionou lance no qual Dudu pediu pênalti após se enroscar com Gimenez. O ímpeto, porém, abriu espaços e o veterano Zé Roberto do Botafogo, ex-Vitória, perdeu chance clara em contra-ataque aos 13.

Oswaldo de Oliveira, contudo, se lançou à frente. Abriu mão de Gabriel, que tinha cartão amarelo, para recuar Robinho como volante e levantar a torcida colocando Valdivia, aos 16. Dois minutos depois, o chileno recebeu entrada dura de André Rocha, mostrando que poderia mudar o jogo. Logo depois da cobrança, levou perigo cabeceando de costas para o gol.

O jogo ficou aberto, a ponto de a arbitragem anular gols de Diogo Campos e Dudu. Cenário que favorecia Valdivia. Aproveitando-se também do cansaço dos adversários, Valdivia transitava tranquilamente, com fôlego até para voltar à defesa e roubar a bola, além de chegar à frente. Como gosta, e da forma que é decisivo.

Aos 26, o jogador mais caro do elenco fez desarme atrás do meio-campo, acionou o ataque e foi à meia-lua. Recebeu com espaço de chutar, mas optou por enganar a marcação e rolar para Lucas cruzar rasteiro. Leandro Pereira, dessa vez, não parou em Renan Rocha, desviando nas redes e fazendo o gol que gerou instantaneamente na torcida o grito pelo nome do chileno.

O resto do jogo serviu para o palmeirenses e o Palmeiras, enfim, tentarem respirar. O Botafogo estava visivelmente cansado, facilitando a estratégia do Verdão de prender a bola, tocando-a para Valdivia decidir o que fazer com ela. Houve tempo até para Cleiton Xavier reestrear, entrando nos acréscimos. Estava garantida a festa e o alívio alviverde na tarde deste domingo.

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