Brasil cai nos pênaltis para a Argentina na semifinal do futebol de cegos

PARIS (FRANÇA) - A Seleção Brasileira de futebol de cegos, que conta com o maranhense Jardiel, foi derrotada nos pênaltis pela Argentina, e está fora da final dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Após o empate em 0 a 0 no tempo normal, os atuais campeões mundiais levaram a melhor sobre os últimos campeões paralímpicos nas penalidades: 4 a 3. O ala Ricardinho, melhor jogador do mundo em 2006, 2014 e 2018 e presente em quatro das cinco conquistas do Brasil em Paralimpíadas, chutou na trave a decisiva cobrança, quando a disputa já estava nos chutes alternados. Agora, os brasileiros jogarão pelo bronze contra a Colômbia, derrotada pela França (1 a 0) na outra semifinal. O confronto está marcado para sábado (7), às 12h30 (de Brasília).

"É da vida. Eu fui tranquilo, bati exatamente como treinei. Só que foi um detalhezinho, se a bola vai um pouquinho para dentro, era gol. O goleiro não ia chegar, eu chutei forte, alto. Mas o esporte é assim. Eu penso que quase todo grande jogador, apesar de passar por tantas glórias, e eu, graças a Deus, passei, tem um dia infeliz. Talvez, o meu tenha sido hoje", lamentou-se o camisa 10, presente em todas as conquistas desde Pequim 2008 – só não esteve no grupo campeão em Atenas 2004.

A equipe pentacampeã chegou a ter chance de carimbar sua vaga à final. Nas três cobranças de cada lado, dois acertos e um erro – Cássio desperdiçou a sua, mas Maicon e Nonato converteram. Entre os Argentinos, Maxi Espinillo e Nahuel Heredia fizeram, e Mario Ríos errou. Quando se iniciou a etapa alternada, o fixo Coki Padilla mandou no travessão de Luan, mas Jonatan chutou em cima do goleiro Germán Muleck, e o Brasil perdeu a oportunidade de eliminar os arquirrivais, que converteram o pênalti imediatamente posterior, com Matías Olivera. O maranhense Jardiel também garantiu o seu gol e, então, veio a série que definiu o finalista em Paris: primeiro, Ezequiel Fernández fez; depois, Ricardinho perdeu.

"É duro. A gente sabe da dificuldade que seria o jogo, mas estava muito preparado para ele, deu o máximo dentro de quadra. Mas futebol é isso. Sentir, a gente sente muito, muito, muito. Não queríamos isso, mas agora é levantar a cabeça porque sabemos que tem a disputa do bronze e faremos de tudo para ganhar", falou o goleiro Luan, que, a exemplo do argentino Germán Muleck, foi pouco acionado durante o tempo regulamentar. Como de costume, brasileiros e argentinos fizeram um duelo bastante físico, com praticamente nenhuma chance clara de gol.

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"É um resultado que a gente não queria. Trabalhamos muito durante o ano todo, mas a gente sabe que esporte é assim, podemos tanto ganhar quanto perder. Eu, como um dos mais experientes, tenho de falar com os mais novos, principalmente Maicon e Jonatan, que disputam a primeira Paralimpíada. O esporte nos dá essa oportunidade de ganhar no outro dia e nos reerguer", finalizou o ala Jefinho, também presente em quatro das cinco conquistas do Brasil na história.

A derrota brasileira foi a quarta ocorrida nas penalidades nos principais eventos deste ciclo. Além do tropeço desta quinta nos Jogos Paralímpicos, a equipe levou a pior ainda na Copa América de 2022, disputada em Córdoba, quando perdeu a final também para os argentinos (2 a 1), e na semifinal da Copa do Mundo de 2023, em Birmingham, na Inglaterra, ocasião em que a China venceu os brasileiros (2 a 0). Neste ano, no Grand Prix da IBSA, jogado em Schiltigheim, na França, nova vitória chinesa, por 2 a 1.

Contando resultados no tempo normal, a Seleção permanece invicta em Paralimpíadas. Agora, em 31 jogos, são 23 vitórias e oito empates. Nesta edição, o time bateu a Turquia na estreia, por 3 a 0, e a França na segunda rodada, também por 3 a 0. Na última partida da primeira fase, ficou no 0 a 0 com a China.

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