Depois de Lisboa Rock in Rio quer conquistar o mundo

Folhaonline

Atualizada em 27/03/2022 às 15h05

SÃO PAULO - A proposta do empresário Roberto Medina de globalizar o Rock in Rio pode levar o festival a uma apresentação simultânea em três continentes Oceania (Sydney), Europa (Lisboa) e América (Rio de Janeiro) em 2007. A diferença de fuso horário permitiria a execução de shows durante 24 horas por dia, segundo a concepção do empresário carioca.

Às vésperas da quarta edição do megaevento musical --que acontece no final de maio e início de junho na capital portuguesa, reunindo 70 atrações brasileiras, portuguesas e internacionais sob a bandeira do engajamento social, Medina defende a força da marca "Brasil" no mercado de entretenimento mundial e propõe um esforço conjunto de empresários, governos e sociedade na idealização de eventos que possam alavancar o país, apesar das dificuldades financeiras que emperram o setor atualmente.

Para o publicitário carioca de 56 anos, a empreitada de promover mais uma edição do Rock in Rio no Brasil não parecia mais um desafio. Até que teve a idéia de levar sua marca para o exterior em um evento que pudesse ser financeiramente viável.

Medina afirma que já tinha a idéia de promover o festival fora do país quando foi procurado por um empresário brasileiro, que atua em Portugal, para que fizesse a quarta edição do Rock in Rio na capital portuguesa. Ao visitar Lisboa e conversar com autoridades locais, Medina recebeu o apoio necessário para desenvolver o projeto.

"Depois do Rock in Rio 2, eu não via desafio nessa história do Rock in Rio. Porque tem uma dose de desafio quando você começa, depois eu não via mais isso. E aí um dia eu me toquei que essa é uma fonte fantástica de se fazer marketing social. Acho que marketing social é o grande desafio da sociedade moderna, a gente está globalizando desastres e a gente tem que globalizar as possibilidades", afirma Medina, em entrevista concedida de Portugal por telefone à Folha Online.

"Portugal pode abrir as portas para um sonho antigo meu, que é fazer Rio, Lisboa e Sydney", diz Medina, explicando que o governo da Austrália deve enviar um representante para o festival em Lisboa. O empresário afirmou que as negociações ainda estão começando, mas que a Austrália já ofereceu a área utilizada nas Olimpíadas para a realização do Rock in Rio.

"Esse projeto internacional, não sei se eu tenho capacidade de realizar, mas ele também abre uma discussão com os patrocinadores mundiais diferente. (...) Se você faz um projeto em três continentes, você começa a discutir com as marcas em nível de propaganda mundial. Então isso pode dar um gás, do ponto de vista de estrutura econômica do evento, diferente. E pode viabilizar o Brasil nisso, porque o Brasil não teria como ser rentável."

Depois da edição portuguesa do festival, Medina pretende se reunir com o empresário americano Michael Lang, responsável pelo histórico festival de Woodstock, para discutir o projeto. Ele não descarta, entretanto, a possibilidade de a cidade de Nova York sediar o evento.

"É a primeira exportação de um projeto de entretenimento da história do Brasil. Eu acho uma coisa fantástica do ponto de vista de acontecimento para o mercado de entretenimento brasileiro", defende o empresário. A ampliação da escala de patrocínio para o festival possibilitaria a inclusão do Brasil, inviabilizado hoje pela questão econômica.

"Hoje, no Brasil, é inviável você fazer um projeto das dimensões do Rock in Rio. Primeiro, o cachê dos artistas é muito maior no Brasil do que na Europa, porque eles não estão em turnê, eles têm que parar por uma semana, e tudo mais. Depois, o custo do bilhete, como o nosso poder aquisitivo é muito baixo no Brasil, é muito pequenininho. O bilhete no Brasil custa US$ 10 e aqui custa US$ 60, a diferença é de seis vezes", afirma Medina.

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