Professores municipais de Caxias reivindicam reajuste de salário

Categoria rejeitou proposta da Prefeitura e decidiu continuar movimento.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h17

CAXIAS - O Sindicato dos Professores e demais Servidores do Município (Sinprosec) estão divulgando, por meio de carta aberta à população de Caxias, o resultado da última rodada de negociações entre a direção do sindicato e a comissão mista formada por membros da Prefeitura de Caxias, que discutem o reajuste salarial da categoria.

Por meio dela, o Sinprosec desmente o prefeito Humberto Coutinho que, via meios de comunicação mantidos com os recursos da Prefeitura, chegou a afirmar que havia oferecido reajuste salarial de 10% ao magistério caxiense e este não teria aceitado o reajuste por pura intransigência.

Conforme o sindicato, as informações divulgadas por Humberto Coutinho são mentirosas e visam, sobretudo, ameaçar e tentar dividir a categoria, colocando em cheque a credibilidade do sindicato.

“O reajuste, na verdade, não seria de 10%, mas de 3,71% pagos já no salário de outubro. Só que este percentual seria calculado em cima do salário pago no mês de março, que das classes A a G fica em torno de R$ 330,00 a 450,00”, afirma Silvana Moura, presidente do Sinprosec.

Ela diz ainda que a variação desses salários são pagos aos profissionais que têm apenas o curso de Magistério, aqueles enquadrados na classe A; aos que tem mestrado, enquadrados na classe G e os que lecionam apenas 20 horas semanais, no caso daqueles que lecionam 25 horas ou dobram turnos com 40 horas semanais, conseguem ganhar um pouco mais.

“Quando calculado o aumento, no caso de quem ganha os salários da classe A, por exemplo, passaria a receber apenas R$ 363,00. Com os descontos da folha o salário ficaria abaixo do mínimo.

Atualmente um professor classe A ganha, com os descontos, R$ 241,00. Esse reajuste nós não vamos aceitar porque não atende aos interesses da categoria”, ressalta Silvana Moura.

De acordo com as propostas apresentadas pelo Executivo municipal, a sindicalista ressalta que a proposta de reajuste não contempla todos os servidores, não respeita a dispersão salarial, não usa o salário base atual como parâmetro para o reajuste, propõe reajuste apenas a partir de outubro, apresenta um percentual em cima de um salário inexistente e ainda desrespeita o Plano de Carreira e a Constituição Federal.

A categoria vem tentando reajuste salarial há quatro meses e o impasse tende a continuar, pois para esta semana, ao contrário das manifestações anteriores, a classe pretende se reunir durante dois momentos, um deles dedicados à paralisação das aulas.

Panfletagem

O primeiro dia de manifestação será hoje com panfletagem pelas ruas de Caxias, cujo objetivo é informar a sociedade caxiense o que vem ocorrendo entre a classe e o executivo municipal; o segundo momento será amanhã, com uma grande caminhada pelas ruas de Caxias, com concentração marcada para ocorrer a partir das 7h30, na sede do Sinprosec, localizado na rua da Alegria.

“O prefeito tem divulgado que o município não tem recursos. É apostar na ignorância do povo e isso ocorre à medida que o governo se recusa a mostrar como é gasto o dinheiro público por meio de notas fiscais e folha de pagamento. Estamos divulgando essas informações para desmascarar o Executivo municipal, que tenta confundir a cabeça da população com informações mentirosas”, relata Silvana Moura.

Em entrevista a sua rede de televisão local o prefeito Humberto Coutinho foi enfático ao afirmar que o sindicato “está mascarando informações e não conta à população caxiense a verdadeira situação dos professores, que, segundo ele, é bem melhor do que a pintada nas passeatas dos educadores.

O prefeito expôs o exemplo da situação dos professores que trabalham na zona rural, que receberiam incentivos acima de R$ 100,00, além do salário de professor.

O sindicato ainda não acenou com uma greve por tempo indeterminado, a exemplo do que ocorreu em 2003, mas não descarta a possibilidade, afirmando que esta será a última alternativa, quando já estiverem se esgotado todas as possibilidades de diálogo com o executivo.

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