Criação de suínos é alternativa de geração de renda em Caxias

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h19

CAXIAS - O setor de criação de suínos tem crescido muito nos últimos meses e já aparece, na zona rural de Caxias, como uma alternativa econômica para aquecer o comércio. São muitos os lavradores que estão buscando na suinocultura alternativa para melhorar a renda familiar ou mesmo abandonar a tradicional roça de toco.

Em Caxirimbu, cerca de 24 km da sede do município, muitos criadores estão na fase inicial dessa mudança.

O agricultor Leôncio Dias de Almeida, como a maioria, já construiu o abrigo dos animais: uma cobertura de palha com seis divisórias a meia-parede levantadas de tijolos. Ainda resta muito trabalho para o mais novo suinocultor da área do projeto de assentamento que tem cerca de 186 famílias.

“Ainda tenho que colocar a caixa d’água aqui em cima, fazer a instalação direto para os chiqueiros e puxar a energia para a casa dos porcos. O resto é esperar o lucro”, disse o agricultor.

Empréstimo

Todos fizeram empréstimos bancários da ordem de R$ 16.500,00. Estão recebendo o dinheiro a cada etapa executada e fazendo com que este circule, gerando renda dentro da própria comunidade. João da Cruz Ribeiro é um exemplo da absorção dessa nova fonte de renda, hoje em alta no povoado Caxirimbu.

O lavrador, por conhecer um pouco de hidráulica, elétrica e do serviço de pedreiro, já está na terceira construção de pocilgas para os suinocultores do assentamento. Está gostando da nova forma de sustentar a família.

“Para nós é muito bom porque o único serviço daqui era a roça e agora está aparecendo muito serviço e eu estou trabalhando bem. Eu faço tudo, instalação de água, energia, faço teto, levanto parede e reboco. O material estando aqui encostado eu faço tudo. Dá pra ir alimentando a família”, frisou alegre João da Cruz.

No assentamento, cerca de 12 famílias já receberam os animais. O número é o mesmo para todos – quatro fêmeas e um suíno reprodutor. Nenhuma venda pode ser feita até que eles iniciem a procriação, por isso a dedicação tem que ser total à criação para que os lucros sejam garantidos.

Como os animais vivem em sistema de semi-confinamento, ou seja, do galpão para um pequeno cercado ao seu redor, o contato com dejetos é maior e isso aumenta os riscos de doenças. Para evitar perdas logo no início, o plantel da lavradora Elda Maria Ferreira dos Santos é muito bem cuidado. O ambiente é lavado duas vezes ao dia. Os porcos são lavados três vezes, até com sabão, segundo ela. Bebem direto em torneiras instaladas na parede das pocilgas, tudo para facilitar a higiene do local.

“Eu adoro. São coisas que amo. Depois que eu limpo tudo é que vou cuidar do almoço, ajeitar minhas coisas de casa, mas primeiro eles. Pego sabão, passo a escova e faço carinho. Com a fé que eu tenho em Deus dará tudo certo”, explicou Elda Maria.

Pagamento

Todos terão ainda muito tempo para ver a reprodução e dela tirar o pagamento do empréstimo que só começa a ser cobrado em dezembro de 2007. A primeira parcela gira em torno de R$ 1.053,00, mas há descontos para quem pagar antes do prazo.

No Brasil, os suínos representam hoje 15% do que é consumido no país dentro do mercado de carnes. Isso representa mercado garantido na opinião do agricultor Damião Ferreira da Silva. Diz que vai economizar tudo que puder, livrar-se da dívida com o banco e tornar-se um grande suinocultor.

“Tenho mais de 40 anos de roça e nunca tive nada, quem sabe agora não é a minha vez. Trabalhando direitinho dá pra pagar tranqüilo e eu sei que vai dar tudo certo”, afirmou o lavrador.

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