Coronavírus

Covid-19: Câmara discute abastecimento de IFA para vacinas

Matéria-prima é essencial para fabricação de doses contra Covid-19.

Jonas Valente / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou que estão ocorrendo “problemas no fornecimento de insumos da China”.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou que estão ocorrendo “problemas no fornecimento de insumos da China”. ( Foto: Divulgação / Ministério da Saúde)

BRASIL - A Comissão Externa da Câmara dos Deputados de Enfrentamento da Covid-19 discutiu hoje (20) a situação do abastecimento dos Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFAs), matéria-prima fundamental para a fabricação de doses de vacinas contra o coronavírus.

Na ocasião, foram relatadas as dificuldades na entrega de IFAs pela China para o imunizante Coronavac, do Instituto Butantan, feito em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e para a vacina Oxford/AstraZeneca, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os problemas ocasionaram atrasos nos cronogramas de entregas de doses.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou que estão ocorrendo “problemas no fornecimento de insumos da China”. Em maio, o órgão deveria receber 10 mil litros de IFA, mas só terá repasse para 3 mil doses, no dia 25, e não há perspectiva de nova remessa. Por conta disso, as finalizações do primeiro contrato de 46 milhões de doses e o início do segundo contrato de 54 milhões de doses estão sofrendo atrasos.

Covas mencionou que, durante a reunião realizada hoje com governadores e o embaixador chinês, Yang Wanming, o grupo foi informado que a China exportou 380 milhões de doses e passa por um momento de esforço para imunizar a própria população. “O governo chinês controla essa disponibilidade de matéria-prima para a China e para mais 100 países. Isso explica, em parte, as dificuldades”, disse o diretor do instituto.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou que o governo federal está atuando para articular junto ao governo chinês a liberação dos IFAs para abastecer a produção de imunizantes Coronavac e Oxford/AstraZeneca no Brasil.

“Temos conversas permanentes com a embaixada brasileira na China. Conversamos com o embaixador e pedimos que estejam sempre próximos para fazer gestões a fim de conseguir este IFA tão logo que possível. O ministro aqui está próximo do embaixador da China no Brasil. Eles [autoridades chinesas] dizem que existe esforço grande para a imunização da população chinesa, e isso é um desafio”, afirmou o secretário-executivo.

O vice-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marco Aurélio Krieger, informou que a instituição também teve dificuldades no recebimento do IFA, mas regularizou sua produção. A Fiocruz fabricou, até o momento, 30 milhões de doses.

A Fiocruz receberá dois lotes de IFA, que deverão chegar neste sábado (22). Há previsão de mais dois lotes de IFA para o mês de junho. Segundo o vice-presidente da Fiocruz, as remessas poderiam garantir a fabricação de mais 32 milhões de doses até a primeira semana de julho.

Após esse período, não há garantia de recebimento de IFA e, consequentemente, da produção de novas doses.

Pfizer

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, destacou que o Brasil receberá 2,5 milhões de doses no mês de maio. Para junho, há previsão de mais dois milhões de doses.

Ele informou ainda que a Pfizer deve entrar até sexta-feira com pedido de mudança nas autorizações sobre sua vacina, a fim de permitir que ela seja armazenada na faixa de dois a oito graus Celsius, em refrigeradores normais, por até um mês.

Tal solicitação é motivada por estudos que teriam indicado grau de estabilidade do imunizante nessa temperatura. Atualmente, a Anvisa permite que as doses sejam guardadas nesta faixa por até cinco dias. Mais do que isso, é preciso ficar entre -15 graus e -25 graus Celsius.

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