Inovação

Alunos criam chiclete com pimenta para astronautas e ganham prêmio da Nasa

O chiclete foi feito após os alunos descobriram que astronautas deixam de sentir o sabor dos alimentos após três semanas em viagem.

Imirante.com, com informações do MEC

Atualizada em 27/03/2022 às 11h11
Estudantes da instituição goiana têm se dedicado, no turno contrário das aulas, aos desafios da robótica.
Estudantes da instituição goiana têm se dedicado, no turno contrário das aulas, aos desafios da robótica. (Foto: divulgação)

BRASIL - Quem diria que um chiclete de pimenta poderia ajudar astronautas a sentirem o gosto da comida e o cheiro das coisas no espaço? Essa é a criação dos estudantes do SESI Vila Canaã, em Goiânia. A equipe Gametech Canaã, formada por alunos do ensino médio, venceu um torneio de robótica na Universidade da Nasa, nos Estados Unidos, depois de apresentar o projeto.

Estudantes da instituição goiana têm se dedicado, no turno contrário das aulas, aos desafios da robótica. Foi assim que sete alunos acabaram, recentemente, premiados em um torneio na Universidade da Nasa, nos Estados Unidos. Ao se preparem para o concurso fora do país, o grupo se dedicou a estudar o tema proposto.

O professor Flamarion Moreira explicou que, com as pesquisas, os alunos descobriram que os astronautas deixam de sentir o sabor dos alimentos após três semanas em viagem. “Imagina, por exemplo, você sentir uma vontade de comer uma lasanha, você vai comer, e não sente o sabor da lasanha? Então, isso tocou mais nos meninos. Então eles decidiram que, eles iam atacar esse problema”, contou.

Foi quando os estudantes criaram o “chilliclete”, depois que descobriram uma substância presente na pimenta que ajuda a devolver o sabor para o alimento. O chiclete veio depois, como uma forma de facilitar o processo antes mesmo do astronauta começar a refeição.

“Os meninos foram fazendo testes, descobrindo qual seria a melhor pimenta até chegar nessa versão atual. É uma pimenta mexicana que é vendida aqui no Brasil. Ela é conhecida nas feiras, como ‘saco de velho’”, explicou o docente.

Na prática, funciona assim: ao mascar o chiclete, a capsaicina, substância encontrada nas pimentas, entra contato com o organismo e assim o usuário passa a ter uma maior percepção de sabores.

“Dez minutos antes da refeição, ele vai mascando o chiclete. Então, a goma que é utilizada, ela também é comestível. Quando ele termina de mascar o chiclete, ele pode engolir a goma, porque daí não vai gerar lixo lá em cima, né? Aí, é a hora que ele vai se alimentando e já sente o sabor. Segundo a pesquisa, durante o prazo de uma hora a capsaicina vai fazer efeito”, disse Flamarion.

O estudante Felipe Caetano Valverde, de 17 anos, explicou a experiência no tratamento da pimenta até o resultado final. A pesquisa foi feita em um laboratório de um instituto SENAI de Tecnologia e a goma de mascar, fornecida por uma empresa de São Paulo.

“A gente pega essa pimenta, faz toda a limpeza dela. Depois aquece em uma estufa a 80 graus. Quando ela fica ressecada, nós pegamos e colocamos em um triturador. Uma empresa lá de São Paulo nos enviou uma goma base para fazer o chiclete. Então, a gente colocou a goma base misturada com a pimenta e fez, assim, a produção. E tivemos a ideia de criar dois sabores, que são menta com pimenta e barbecue com pimenta para dar a sensação de algo salgado”, disse.

A equipe conquistou a categoria principal de um prêmio da Nasa, a Agência Espacial Americana. A competição ocorreu no estado americano da Virgínia Ocidental, onde fica a universidade da Nasa. Foi lá que os alunos foram premiados e puderam ouvir a fala do astronauta Marcos Pontes, hoje ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil, sobre o assunto.

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