Prisão

Falso empresário que manteve jovens em cativeiro é condenado a 32 anos

O chefe da quadrilha obrigava as vítimas a entregar senhas e cartões de banco e os drogavam para fazer sexo.

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h13

RIO DE JANEIRO - A Justiça do Rio condenou dois homens acusados de atrair jovens de várias partes do país que sonhavam com fama e sucesso, com falsas promessas de os transformar em modelos ou cantores. O chefe da quadrilha, Antônio José de Barros Savino, obrigava as vítimas a entregar senhas e cartões de banco, os deixava sob vigilância e os drogavam para fazer sexo com Savino, apontado como mentor do golpe.

A mãe de um dos rapazes, acreditando que investia na carreira do filho, fez depósitos que totalizaram R$ 500 mil, resultado da venda de uma casa, parte de uma indenização trabalhista, aposentadoria do INSS e um carro, além de alugar um apartamento no Recreio dos Bandeirantes, bairro nobre do Rio, para que o filho se transformasse em um cantor de sucesso.

Preso preventivamente desde 2017, Savino foi condenado a 32 anos e 6 meses de detenção em regime inicialmente fechado. O cúmplice Maicon Rodrigo da Cunha, que está foragido, foi sentenciado a 3 anos e seis meses de reclusão em regime fechado. A decisão é do juiz Marco Couto, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio.

Aliciados pelas redes sociais

A dupla procurava os jovens por meio das redes sociais e os selecionava cuidadosamente, levando em conta suas aspirações artísticas, seus atributos físicos, suas origens interioranas e a recém-completada maioridade civil. Na internet, Savino apresentava um falso currículo como empresário de 400 artistas famosos.

Savino publicava matérias falsas sobre o sucesso dos jovens em propagandas de empresas e projetos fictícios em novelas de emissora de TV, mas confinava os rapazes em uma casa e um apartamento na zona oeste da cidade.

Savino ameaçava de morte quem não o obedecesse. Para amedrontar os rapazes, dizia que recorreria a um policial para espancá-los. O terror psicológico era tão grande que os jovens eram proibidos de ter namoradas e todos os contatos que faziam eram monitorados.

O caso veio à tona no dia 17 de outubro de 2015, durante uma inspeção realizada pela Auditoria Fiscal da Justiça do Trabalho em uma casa da Rua Hipólito, no bairro de Curicica, em Jacarepaguá, onde foram encontrados oito jovens, em uma espécie de cativeiro. Mais dois eram mantidos em um apartamento na Vila do Pan, também na zona oeste. A investigação apurou que os acusados fizeram pelo menos 15 vítimas.

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