Economia

Guedes diz que não sairia do governo depois da primeira derrota

Ministro da Economia disse que não tem apego ao cargo se sua agenda for rejeitada.

Wellton Máximo / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h13
Paulo Guedes, ministro da Economia.
Paulo Guedes, ministro da Economia. (Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

BRASÍLIA - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje (27) que não seria irresponsável de deixar o governo após sofrer a primeira derrota. Ele, no entanto, declarou não ter “apego ao cargo”, e afirmou que poderá deixar o governo caso o presidente da República, os partidos e os parlamentares rejeitem sua agenda econômica.

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, a senadora Eliziane Gama (PPS-MA) perguntou se Guedes deixaria o cargo caso a reforma da Previdência seja aprovada com uma economia inferior à meta de R$ 1 trilhão.

O ministro respondeu que acredita na “dinâmica virtuosa” da democracia e declarou que não deixaria o governo na primeira dificuldade. Ele, no entanto, disse que há limites e que o dele será avaliar se está contribuindo com soluções.

“Eu venho para ajudar, aí o presidente não quer, o Congresso não quer. Vocês acham que eu vou brigar para ficar aqui? Estou aqui para servi-los. Não tenho apego ao cargo, desejo de ficar a qualquer custo, como não tenho inconsequência e irresponsabilidade de sair na primeira derrota, não existe isso”, respondeu Guedes.

Histórico

Na cerimônia de transmissão de cargo, em 2 de janeiro, Guedes tinha dito que “é muito fácil fazer alguém desistir em Brasília”. Na audiência de hoje, o ministro afirmou que deixaria o cargo somente em último caso, se não tivesse apoio nem do presidente Jair Bolsonaro.

“Se o presidente apoiar as coisas que eu acho que podem resolver o Brasil, eu estarei [no governo]. Agora, se o presidente ou a Câmara ou ninguém quer aquilo, eu vou dificultar o trabalho dos senhores? De forma alguma. Voltarei para onde sempre estive. Tenho uma vida fora daqui”, acrescentou.

Audiência

Durante a audiência, o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), cobrou de Guedes e da área econômica uma nota técnica para explicar a importância da reforma da Previdência para os parlamentares partido do presidente da República.

O ministro se envolveu em uma confusão com a senadora Kátia Abreu (PDT-TO). A parlamentar tentou interrompê-lo enquanto prestava esclarecimentos e ele não permitiu, dizendo que a senadora, inscrita no bloco seguinte de perguntas, teria sua vez de falar.

O ministro disse ao presidente da CAE, senador Omar Aziz (PSD-AM) que era necessário “ter alguma disciplina” na audiência. Aziz defendeu Kátia Abreu, dizendo que ela é uma representante do povo e teria direito a falar e fazer pequenas interrupções.

Outros parlamentares declararam que o ministro teria mandado a senadora “calar a boca”, o que Guedes negou. Depois do incidente, Kátia Abreu seguiu com o aparte, dizendo que atualmente os militares têm mais privilégios na Previdência que os senadores.

Depois do incidente, Kátia Abreu seguiu com o aparte, dizendo que atualmente os militares têm mais privilégios na Previdência do que a aposentadoria de deputados e senadores, limitada ao teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

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