Educação

Ensino à Distância cresce no Brasil, vence o preconceito e muda formas de se relacionar

Pesquisa encomendada pela ABMES mostra que 44% optam pela modalidade à distância, enquanto 56% preferem o ensino preferencial.

Imirante.com, com informações da Assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h16
Elizabeth Guedes, vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), presidente da Câmara Ensino Superior (CONFENEM-DF).
Elizabeth Guedes, vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), presidente da Câmara Ensino Superior (CONFENEM-DF). ( Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - O Ensino à Distância cresce em um ritmo mais acelerado que o presencial, mas ainda não é a primeira opção do alunado. De acordo com o último Censo da Educação Superior, em dois anos, a Educação à Distância cresceu mais de 20% no país. Pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), divulgada em maio deste ano, mostra que 44% optam pela modalidade à distância, enquanto 56% preferem o ensino preferencial.

Ter um curso superior é uma condição considerada básica, na atualidade, visto que o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e exigente. O tempo para dedicar-se aos estudos tornou-se cada vez mais complicado, visto o desenvolvimento dos grandes centros urbanos. Se locomover de um ponto ao outro tornou-se mais difícil e oneroso. Mas, e o que fazer quando a rotina não permite um horário fixo para se dedicar aos estudos? Pensando nisso, instituições de ensino superior têm, cada vez mais, buscado alternativas para atender a essa demanda crescente. Estudar à distância possibilita maleabilidade, conforto e preços mais atrativos.

“A questão do ensino à distância é que ele não é uma modalidade de ensino, é uma forma de entregar conteúdo pedagógico. Você pode utilizar aulas 100% com professores ou pode colocar o aluno para estudar em casa com material didático desenvolvido com esse fim ou ainda ele pode, em sua casa, acessar a plataforma e realizar o auto estudo”, explicou, Elizabeth Guedes, vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), presidente da Câmara Ensino Superior (CONFENEM-DF), entre outras atribuições. O assunto foi tema do V Seminário de Líderes Educações, promovido pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado do Maranhão (SINEPE), que foi realizado entre os dias 29 e 31 de outubro.

Ensino à distância muda formas de se relacionar

No ensino à distância, o professor atua como um tutor e seu principal desafio é vencer a distância estabelecendo assim, uma relação entre o aluno e o conteúdo escolhido. Estar presente diariamente em uma sala de aula é algo completamente desnecessário e o uso de apetrechos tecnológicos para adquirir conteúdo pedagógico é cada vez mais comum. Os olhares voltaram-se para uma nova realidade. Com isso, diminuiu-se o preconceito em relação a essa modalidade de ensino.

Entretanto, apesar do crescimento e dos grandes avanços tecnológicos, o tema ainda divide opiniões. "Antes, havia um receio sobre Ensino a Distância, afinal, era novidade para todos. Mas é importante reforçar que a certificação do diploma tem a mesma importância, o mesmo peso, que a do ensino tradicional, presencial", enfatizou Geraldo Siqueira, diretor-geral da Estácio na capital maranhense.

Ainda com muitas polêmicas, estudar à distância tem mudado relações e é um exemplo de como as tecnologias podem ser utilizadas em favor do ensino. A ABMES espera que até 2023 o Brasil terá mais alunos estudando à distância que em salas de aulas convencionais. “É uma metodologia que é inevitável. As crianças já crescem com tabletes na mão, então, você não pode querer que elas fiquem sentadas numa escola durante horas, explicou Elizabeth.

Excesso de regulamentações

Elizabeth critica a forma como o ensino à distância é aplicado no Brasil, principalmente o excesso de regulamentações por meio do Ministério da Educação. “ O Brasil tem uma cultura perversa. Nós temos um ministério que gosta muito de regulamentar. Então, toda área de ensino superior é muito regulamentada com pouca ênfase na ética. Querer legislar sobre a forma que você vai gerir o conteúdo é uma tendência anacrônica e totalmente superada. O Brasil deve olhar para o exterior ver o que os grandes centros educacionais estão fazendo e pensar o nosso marco regulatório”, discorreu a especialista.

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