Vidas

Com aumento de 7% em doações, Brasil bate recorde de transplantes

Famílias, doadores e comunidade médica devem estar cientes da importância do procedimento para salvar vidas.

Portal Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h16
A projeção é que 26,4 mil órgãos e tecidos sejam transplantados até o fim deste ano.
A projeção é que 26,4 mil órgãos e tecidos sejam transplantados até o fim deste ano. (Foto: Agência Brasil)

BRASÍLIA - A corrente pró-doações e campanhas de conscientização têm relação direta com o aumento no números relacionados a transplantes no Brasil. Dados divulgados pelo governo federal nessa quinta-feira (27) mostram o crescimento, entre janeiro e junho deste ano, da quantidade de doadores efetivos no país: passou de 1.653 para 1.765. O aumento de 7% contribui para a ampliação dos procedimentos, que melhoram a sobrevida dos pacientes.

Segundo o Ministério da Saúde, a projeção é que 26,4 mil órgãos e tecidos sejam transplantados no país até o fim deste ano. Assim, a lista de espera fica 6% menor entre 2017 e 2018, passando de 44 mil pacientes para 41,2 mil. A quantidade de operações baterá o recorde nos procedimentos de fígado, pulmão, coração e medula óssea. Isso porque, até dezembro, o número de doadores efetivos deve chegar a 3.530, o maior desde 2010.

Investimento

Cerca de 96% das cirurgias é viabilizada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Sistema Único de Saúde (SUS). A ampliação e consolidação da rede de transplantes nos últimos 10 anos foi possível graças aos investimentos no setor que dobraram de volume no período. Neste ano, o orçamento para a área é de R$ 1,036 bilhão.

Com isso, foi possível capacitar 23 mil profissionais de saúde em doação e transplante de órgãos. Ao todo, o País conta com 27 centrais estaduais de transplantes e 504 centros de transplantes e 1.157 equipes habilitadas. "O SUS é exemplo de eficácia, eficiência e de retorno à população brasileira", afirmou o ministro interino da Saúde, Adeilson Cavalcante.

Campanhas

Para incentivar a doação de órgãos, o Ministério da Saúde lançou uma nova campanha de mobilização. Entre os temas abordados, a necessidade de comunicação formal. Essa parte é muito importante; afinal, após a morte encefálica, apenas os familiares podem autorizar a retirada de partes do corpo para transplante. Ou seja, não adianta deixar nenhum documento por escrito, autorização etc.

As famílias e profissionais da saúde também devem estar munidos de conhecimento e informação acerca da doação para salvar a vida de outras pessoas. É para aumentar esse conhecimento que a Lei nº 11.584 de 2007 instituiu o Dia Nacional da Doação de Órgãos em 27 de setembro. Além de oficializar a data, o texto da lei também determina que nas duas semanas anteriores o País vai promover diversas campanhas de estímulo à doação de órgãos.

As campanhas surtem efeito nos números referentes à doação e transplante de órgãos, segundo a chefe do Núcleo do Organização de Procura de Órgãos do Distrito Federal (OPO/DF), Viviane Marçal. “Tanto as equipes médicas quanto a população lembram-se mais do assunto quando ele é tema de campanhas ou aparece em novelas”, explicou.

Consciência

Segundo Viviane Marçal, a população possui cada vez mais consciência sobre a importância da doação de órgãos, mas ainda não é o suficiente. O número de pacientes à espera de um órgão ainda é muito grande. Hoje, os profissionais de saúde têm um papel essencial para reduzir essa fila. “Se a família de um potencial doador pergunta ao médico se ele acha que devem doar os órgãos e ele diz ‘não doem’, a tendência é que isso aconteça. O ‘sim’ do profissional, tanto quanto o da família, é que vai ajudar a salvar vidas”, disse.

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