Em Cabo Verde

Permanece indefinida situação dos brasileiros condenados por tráfico de drogas

Os velejadores Daniel Felipe da Silva Guerra, Rodrigo Lima Dantas e Daniel Ribeiro Dantas foram detidos em agosto do ano passado em Cabo Verde, enquanto faziam uma travessia de barco pelo Oceano Atlântico.

Imirante.com, com informações da Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h17

BRASÍLIA - Os três brasileiros condenados a dez anos por tráfico internacional de drogas em Cabo Verde continuam presos na Cadeia Central de São Vicente, no país africano, e aguardam recursos que possam reverter a situação. O presidente Michel Temer conversou sobre o assunto hoje (17) com o presidente de Cabo Verde, Jorge Fonseca, mas disse que não poderia entrar no mérito da questão por cautelas diplomáticas em respeito à soberania do país.

Os velejadores Daniel Felipe da Silva Guerra, Rodrigo Lima Dantas e Daniel Ribeiro Dantas foram detidos em agosto do ano passado em Cabo Verde, enquanto faziam uma travessia de barco pelo Oceano Atlântico. Eles saíram do Brasil com destino à cidade portuguesa de Açores, mas quando fizeram uma parada na cidade de Mindelo, as autoridades cabo-verdianas encontraram mais de uma tonelada de cocaína escondida no veleiro.

A defesa dos brasileiros busca reverter a decisão do 1º Juízo-Criminal do Tribunal da Comarca de São Vicente, que condenou cada um dos três e um capitão francês, que viajava com eles, a dez anos de detenção. No Brasil, uma rede de apoio aos velejadores foi formada desde antes de março deste ano, quando saiu a condenação. Os brasileiros afirmam que foram vítimas de uma rede internacional de tráfico de drogas.

Embarcação vistoriada no Brasil

Os advogados dos brasileiros sustentam que a embarcação foi vistoriada minuciosamente pela Polícia Federal antes de sair do Brasil, mas os documentos produzidos no Brasil não teriam sido utilizados pela Justiça de Cabo Verde. De acordo com o Itamaraty, a embaixada brasileira forneceu às autoridades de Cabo Verde, “tão logo recebida, toda a documentação produzida pelas autoridades policiais e judiciais brasileiras envolvidas no caso”.

“A Embaixada do Brasil em Praia e o cônsul honorário do Brasil em São Vicente e Santo Antão acompanham as audiências judiciais e mantêm contato permanente com os cidadãos brasileiros”, informou o ministério das Relações Exteriores, acrescentando que tem prestado assistência consular às famílias.

Ao visitar o país, o presidente Temer disse estar preocupado com o caso. O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) esteve ontem no país africano, onde visitou os brasileiros presos e suas famílias, que estão em Cabo Verde à espera de uma definição sobre o caso.

“Vi que eles estão realmente indignados com tudo que está acontecendo, mas confiantes no Judiciário de Cabo Verde. Em respeito à soberania e instituições do país, queremos deixar bem claro que o que queremos é que o inquérito que a Polícia Federal brasileira promoveu no país, que leva à inocência dos jovens velejadores, possa ser considerado nos autos do Judiciário local daqui. Portanto, nossa confiança para que se possa promover Justiça e eles sejam libertados no momento próprio”, afirmou.

Os baianos Rodrigo e Daniel Dantas, e o gaúcho Daniel Guerra foram contratados por uma agência holandesa de tripulação para transportarem um veleiro, com a intenção de acumularem experiência em navegação. A travessia durou 18 dias. De acordo com o movimento que pede a liberdade dos velejadores, o barco pertence a um inglês conhecido como Mr. Fox, que estaria foragido.

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