Leitura

Analfabetismo funcional é entrave para impulsionar bibliotecas

Ainda existe a precariedade das bibliotecas de muitas escolas públicas.

Agência Senado

Atualizada em 27/03/2022 às 11h19
Debatedores defenderam investimentos nas bibliotecas escolares.
Debatedores defenderam investimentos nas bibliotecas escolares. (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA - As bibliotecas da Câmara e do Senado se juntaram para debater o papel destes centros de informação como transformadores da sociedade no Dia do Bibliotecário, nessa terça-feira (12). Os problemas apontados são muitos: vão do analfabetismo funcional de 73% da população brasileira à precariedade das bibliotecas de muitas escolas públicas, que não contam com profissionais especializados.

Durante o seminário, o deputado distrital Professor Reginaldo Veras (PDT) deu o exemplo de Brasília: mais de 100 escolas públicas sem bibliotecas e outras 100 escolas com bibliotecas fechadas. Ele lamentou que haja uma referência superficial ao sistema de bibliotecas no Plano Nacional de Educação. Para o deputado federal Evandro Gussi (PV-SP), que é Corregedor Parlamentar da Câmara, a biblioteca é uma fonte confiável de disseminação do conhecimento.

"O que nós precisamos, acho que mais do que tudo, é estimular a busca da informação e a busca por uma informação segura e profunda. Nós temos que sair desse aspecto mais raso da informação hoje, que é o prazer muitas vezes até de uma cultura que não é tão útil, de uma cultura que não é tão formadora da personalidade humana e da vida em sociedade, para aqueles que são mais relevantes", disse.

Leitor jovem

O diretor do Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados, André Freire, ressaltou a importância do corpo profissional da biblioteca, que no caso do Congresso, atua tanto na difusão do conhecimento quanto no auxílio à elaboração de novas leis. Ele disse que um público a ser conquistado pelas bibliotecas é o jovem, que atualmente rejeita o modelo tradicional.

"Ele quer bibliotecas interativas, ele quer bibliotecas que promovam conteúdos diferentes, quer bibliotecas dinâmicas que tragam para ele algo que não seja usual”, afirmou Freire.

No debate sobre políticas públicas de incentivo ao livro e à leitura, um dos desafios apontados foi incluir o tema na agenda de prioridades dos políticos, principalmente em ano eleitoral. Outra dificuldade lembrada é que, normalmente, a biblioteca fica numa espécie de limbo, entre ser um equipamento de cultura ou de educação, o que dificulta a obtenção de recursos financeiros e humanos.

A programação do seminário “Transformando Bibliotecas, Transformando Sociedades” vai até sexta-feira, com atividades em locais como a Universidade de Brasília, o Ministério da Justiça e o auditório do Interlegis, no Senado Federal.

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