BRASIL - O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgou, nesta segunda-feira (10), um relatório em que aponta que o crescimento de países emergentes também favorece a recuperação da economia brasileira.
O cenário mundial tem se mantido estável em termos de crescimento global, com exceção, principalmente, de economias emergentes como a China, que, apesar da forte desaceleração nos últimos anos, ainda deve contribuir com quase 40% do crescimento global em 2016.
A esse movimento deve beneficiar o Brasil, parceiro tradicional dos chineses. As informações estão na Carta de Conjuntura do Ipea, que ressalta a previsão feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de um crescimento da economia mundial da ordem de 3,1% em 2016 e 3,4% em 2017. O trabalho avaliou ainda o desempenho do PIB em diversos países, o mercado de petróleo, de commodities, comércio internacional, emprego e o consumo das famílias.
A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (processo conhecido como Brexit) provocou um impacto menor que o esperado até o momento, segundo o trabalho do técnico de planejamento e pesquisa Paulo Mansur Levy, da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac), do Ipea.
Nos Estados Unidos, os efeitos do Brexit também foram abaixo do esperado e houve uma significativa melhora no mercado de trabalho.
Por isso, e não obstante o fato de os indicadores de atividade econômica dos EUA estarem voláteis e de a inflação ter se mantido em 2% ao ano, os argumentos sobre aumento da taxa de juros voltaram a ganhar força. Os Estados Unidos cresceram 1,4% no segundo trimestre. O consumo das famílias teve desempenho bastante positivo, subindo 4,3% e contribuindo com 2,9 pontos percentuais para o crescimento.
Na União Europeia, os dados do segundo trimestre mostraram desaceleração do crescimento do PIB de 0,5% no primeiro trimestre para 0,3% na comparação com o trimestre anterior. O crescimento trimestral do consumo das famílias recuou de 0,6% no primeiro trimestre para 0,2% no segundo – a variação mais baixa desde o primeiro trimestre de 2014.
Por fim, na China os investimentos voltaram a acelerar (para um crescimento de 8,2% na comparação com agosto de 2015), após variação de apenas 3,9% em julho. A taxa de elevação dos investimentos privados no setor industrial teve reação bem mais modesta, de 0,7% para 1%. Os investimentos no setor imobiliário também aceleraram, registrando crescimento de 6,2% em relação a agosto de 2015.
No panorama global, o terceiro trimestre do ano caracterizou-se pela reversão das expectativas mais negativas que prevaleciam ao final de junho, sem que se tenha conseguido, porém, superar as incertezas de caráter mais estrutural. O crescimento moderado do período na Zona do Euro foi influenciado positivamente pelas exportações.
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