BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello determinou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, abra o processo de impeachment do vice-presidente Michel Temer. A decisão é liminar e ainda cabe recurso ao plenário da Corte.
O impeachment de Temer deverá ser analisado por uma comissão especial que ainda deverá ser criada, o que, na prática, obriga a Câmara a seguir os mesmos trâmites do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Marco Aurélio Mello atendeu à pedido do advogado Mariel Márley Marra, que recorreu à Suprema Corte depois que Eduardo Cunha arquivou o pedido de impeachment de Temer sob o argumento de que não havia crime de responsabilidade. Cunha e Temer ainda não comentaram a decisão.
Mais cedo, o vice-presidente da República pediu licença da presidência de seu partido, o PMDB. Quem assume no lugar é o senador Romero Jucá. A decisão ocorre uma semana depois do partido decidir sair da base de apoio do governo. Jucá disse a decisão tira Temer do que chamou de debate inócuo e que o partido saberá dar as respostas necessárias.
A decisão foi apoiada por outros colegas de partido. O presidente do Senado, Renan Calheiros, que também é do PMDB disse que é foi uma boa solução e que Jucá tem as condições de retomar a unidade do partido.
Michel Temer estava à frente do PMDB desde 2001. Em fevereiro, havia sido reeleito para mais dois anos.
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