Saúde

Entenda a importância de prevenir a prematuridade

Diagnóstico precoce e tratamentos adequados evitam o nascimento prematuro.

Imirante.com, com informações da assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h38
(Foto: Reprodução / Internet)

SÃO LUÍS - O que todos conhecem sobre bebês prematuros é que são crianças pequeninas que nasceram antes da hora. Porém, o que poucos sabem é que grande parte desses nascimentos precoces, que podem trazer sequelas graves, poderiam ter sido evitados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 15 milhões de bebês que nascem prematuros por ano em todo o mundo, cerca de 10% do total de nascimentos. Desses, ainda conforme a OMS, mais de 1 milhão vai a óbito. Os demais sobrevivem graças ao avanço da medicina, com novas tecnologias e cuidados específicos da assistência obstétrica e neonatal.

Por outro lado, esse mesmo avanço permite hoje que a mulher realize uma série de exames e tratamentos para que consiga levar a gravidez até, no mínimo, a 39ª semana, idade gestacional em que o risco de desconforto respiratório no bebê é reduzido.

Certamente, alguns casos de prematuridade não podem ser evitados. Entretanto, quanto mais tempo consegue se estender a gravidez, maiores serão as chances de sobrevivência e menores os riscos de sequelas. Há três fases de prematuridade: os prematuros extremos que nascem entre 25 e 28 semanas; os prematuros precoces que nascem entre 28 e 32 semanas; e os prematuros tardios que nascem entre 32 e 37 semanas.

Acima de 37 semanas não é mais considerado prematuro, contudo o ideal é o nascimento entre 39 e 42 semanas. “A melhor UTI Neonatal é o útero da mãe desde que não ofereça riscos à gestante ou ao seu filho. Cada dia a mais que o bebê permanecer ali durante o período gestacional, melhor será sua qualidade de vida”, afirma o médico ginecologista e obstetra Antonio Fernandes Moron.

De acordo com dr. Moron, por volta de 70% de óbitos neonatais no mundo são de prematuros; 50% das paralisias cerebrais; 30% dos déficits visuais e 20% dos déficits mentais.

No Brasil, a taxa de prematuridade é ainda maior, sendo 12,4%, o que significa um total de aproximadamente 340 mil nascimentos prematuros por ano ou em torno de 40 por hora, segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do SUS e Ministério da Saúde (SINASC).

As principais intercorrências maternas e fetais que podem levar ao parto prematuro, caso não diagnosticadas logo no início e não tratadas, são a pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, placenta prévia, sofrimento fetal, má formação fetal e parto pré-termo espontâneo com ou sem ruptura da membrana amniótica. As causas do desencadeamento do parto prematuro espontâneo são múltiplas como estresse, infecções, doenças vasculares, hiperdistensão uterina, anomalias no colo do útero, deficiência de progesterona, alergia, reconhecimento alogênico anormal ou gestação de múltiplos.

“Uma forma de acompanhar a gestação e prevenir eventuais nascimentos prematuros é o reconhecimento precoce das gestantes de risco para o parto prematuro por meio da assistência pré-natal cuidadosa associada à avaliação do colo uterino pela ultrassonografia transvaginal entre 20 e 24 semanas de gestação”, explica dr. Moron. Este exame observa o esvaecimento e encurtamento cervical que, ao longo da gestação, sofre um processo natural de remodelagem até o momento do parto. Quanto mais curto o colo do útero, mais próximo estará do parto. Por isso, se estiver com menos de 25 mm de comprimento e abaixo de 37 semanas, o risco de nascimento prematuro é maior.

Assim sendo, caso perceba-se que o comprimento do colo do útero esteja diminuindo rapidamente, há algumas medidas de prevenção do parto que devem ser tomadas o quanto antes, como repouso domiciliar ou hospitalar, ingestão de progesterona, antibióticos para vaginose bacteriana, uterolíticos para relaxamento uterino, corticoesteróides para desenvolver a maturidade pulmonar fetal e sulfato de magnésio para neuroproteção. “Descobriu-se que o sulfato de magnésio reduz os riscos de paralisia cerebral em 32%. O Santa Joana foi uma das primeiras maternidades a oferecer esse recurso de neuroproteção”, conta o obstetra.

Uma grande aliada nos casos em que o repouso se faz necessário é a Unidade de Terapia Semi-Intensiva, que é destinada a essas pacientes que exigem cuidados intensivos, mas que não necessitam de monitoramento permanente. ‘’No Hospital e Maternidade Santa Joana, a Semi-Intensiva é um ótimo recurso a favor dessas gestações que representam alto risco. Com essa solução, em geral, conseguimos ganhar mais uma semana de gestação, o que é importante para a vitalidade fetal’’, conta dr. Moron.

Outro transtorno que também pode acometer algumas gestantes e causar a prematuridade é a Insuficiência do Colo Uterino. Isso acontece quando o canal cervical não tem capacidade de suportar o peso da gravidez sem se dilatar. Existem dois métodos que podem ajudar no adiamento do parto.

O mais comum é a cerclagem do colo uterino que é a sutura cirúrgica dele. Outro método mais recente que tem se mostrado eficaz para a prevenção do parto prematuro é o pessário cervical – este tratamento é menos invasivo e consiste em introduzir um anel de silicone na vagina ao redor do colo uterino. Ambos os métodos reduzem em cerca de 30% o nascimento abaixo de 34 semanas.

“Há vários tratamentos capazes de adiar o parto até uma fase mais segura. Se houver acompanhamento médico e realizar todos os exames necessários, é possível diagnosticar alguma intercorrência precocemente e trata-la para que os riscos de nascimento prematuro sejam minimizados”, finaliza dr. Moron.

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