Economia

Feriados em dias úteis geram prejuízos de R$ 92,7 bilhões ao comércio nacional

Em relação ao ano passado, a perda é superior em 11,4%.

Alana Gandra/Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h43
(Divulgação)

RIO DE JANEIRO - Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (22) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) revela que os 11 feriados nacionais em dias úteis provocarão no setor, em todo o país, prejuízo médio de R$ 92,7 bilhões este ano. Em relação ao ano passado, a perda é superior em 11,4%.

No caso do Rio de Janeiro, esta semana com um feriado nacional e outro estadual (21 e 23, respectivamente), o faturamento não realizado atingirá quase R$ 2,1 bilhões, segundo o gerente de Economia da Fecomércio-RJ, Christian Travassos.

“São lojas fechadas e centros comerciais paralisados. Isso não ocorre todos os dias, mas há um menor movimento, por causa dos feriados, enforcamentos, “pontes” efetuadas por empresas ou planejamento do consumidor, que muda sua rotina em uma semana atípica, como a que estamos vivendo agora”, disse o economista.

No Estado do Rio de Janeiro, o prejuízo com os 14 feriados nacionais e estaduais em dias úteis alcançará R$ 14,6 bilhões, com aumento de 5,1% em comparação ao ano passado. Por dia fechado, a estimativa de perda do comércio fluminense chega a R$ 1,04 bilhão. De acordo com a Fecomércio-RJ, em 2014 o prejuízo do setor com 12 feriados nacionais e estaduais somou R$ 11,92 bilhões.

Para Travassos, em cidades com forte apelo turístico, como Armação de Búzios (Região dos Lagos), Paraty (Costa Verde) e Rio de Janeiro, o feriado é positivo para boa parte dos hotéis, bares e restaurantes. Segundo o ecomista, essas regiões têm estabelecimentos mais ligados ao dia a dia da população e também podem ser afetados pela redução do movimento do comércio.

É o caso de farmácias e restaurantes que tenham convênios com empresas. “Se a empresa não funciona em feriados, ela tem um baque grande no faturamento. Para funcionar, há um custo extra de pagamento aos funcionários. Então, além do movimento mais fraco, a maioria dos estabelecimentos tem um custo maior na folha por causa do feriado.”

Christian Travassos avaliou que a discussão é importante, porque o país vive atualmente um quadro de economia hesitante, com muitos segmentos com recuo de vendas na comparação interanual.

“Isso não joga a favor. É um cenário que precisa ser colocado à mesa, porque ainda teremos, na agenda fluminense, eventos como Rock in Rio e Olimpíadas. A rotina de feriados, pontos facultativos e 'pontes' não nos favorece.” Acrescentou que, no momento em que o consumidor está mais seletivo, é preciso oxigenar a ponta da prestação de serviço e o comércio de bens.

A base da estimativa dos economistas da Fecomércio-RJ para os prejuízos do comércio nos feriados é a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Serviços (ISS), que incidem sobre a atividade. Eles projetam os números considerando as alíquotas médias.

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