Dados

IBGE: preços monitorados determinam alta do IPCA

Os preços dos combustíveis foram os que mais pressionaram a alta do IPCA.

Nielmar de Oliveira/Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h45
(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

BRASÍLIA - Em anos anteriores, os preços dos itens monitorados pelos governos federal e estaduais ajudaram a controlar as taxas de inflação medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Conforme a coordenadora de Índice de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, nos dois primeiros meses do ano a tendência é inversa.

No período, os preços dos itens monitorados, como combustíveis, tarifas de energia elétrica e meios de transporte foram os que mais pressionaram a alta do IPCA. Os dados fazem parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de fevereiro, que subiu 1,22% em relação a janeiro, acumulando, ao longo do ano, elevação de 2,48%. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (6) pelo IBGE.

“Neste início do ano, o que é possível observar é que está havendo mudança no perfil do IPCA. Nos últimos anos, especialmente em 2013,o que segurava a inflação eram exatamente os preços controlados. Um aspecto importante neste início do ano é que os preços monitorados exercem forte pressão sobre a inflação, conforme exemplificam os aumentos nas tarifas de energia e ônibus. Isto tem modificado o perfil do IPCA, da inflação, que tem sido mais pressionado pelos monitorados do que em todos esses últimos anos”, disse.

Eulina Nunes citou 2014 como exemplo. Segundo ela, enquanto o IPCA subiu 6,41% os preços dos itens monitorados subiram 5,32%. Nos primeiros dois meses do ano, enquanto o IPCA cresceu 2,48% os preços dos monitorados registra elevação acumulada de 4,93%.

Embora não tenha feito previsões sobre o comportamento do IPCA em março, ela admitiu que estão previstos vários aumentos importantes no período, com peso significativo no orçamento das famílias e que continuarão a pressionar a inflação.

“O principal deles é a energia elétrica, que já foi reajustada em todas as regiões metropolitanas. Não só em termos de tarifa, mas também na parcela extra, que são as bandeiras tarifárias. Provavelmente, março será um mês em que a pressão dos monitorados na inflação será bastante forte. O dólar, que já pesa na inflação de fevereiro, também continuará pressionando a taxa”, acrescentou.

Conforme Eulina, a continuidade da alta da inflação anualizada, que já está em 7,7% no resultado acumulado dos últimos 12 meses – a maior taxa desde os 8,05% de maio de 2005 -, dependerá, em março, da pressão do preço dos alimentos.

“Em março, a pressão será forte e exercida pelos monitorados [preços], que têm peso grande e influência sobre o orçamento das famílias. É importante destacar que o orçamento das famílias não é baseado apenas nos preços monitorados”.

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