Dicas de Saúde

Tomar remédios sem controle pode causar perda auditiva

Atualmente há mais de 200 medicamentos ototóxicos.

Imirante.com, com informações da Assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h46
( Foto: Reprodução/ Internet)

O uso prolongado, em altas doses, de quase 200 medicamentos, pode provocar tonteira, zumbido e até perda auditiva. Diuréticos, pílulas anticoncepcionais e antiinflamatórios consumidos de forma indiscriminada estão entre esses remédios de risco.

Tomar com frequência medicamentos conhecidos como ototóxicos pode causar lesões graves, algumas vezes irreversíveis, nas partes do ouvido humano responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. Muitos remédios contém o salicilato de sódio. A aspirina, por exemplo, está entre os medicamentos ototóxicos mais comuns. Seu consumo é exagerado, até para fins terapêuticos. Por isso, o melhor é seguir a orientação de um médico.

A fonoaudióloga Isabela Carvalho, alerta para os riscos da automedicação. “Infelizmente, é comum as pessoas tomarem remédios por conta própria, influenciadas pela indicação de vizinhos e amigos, o que é perigoso. As substâncias conhecidas como ototóxicas podem causar lesões graves e, muitas vezes, irreversíveis à cóclea, a parte do ouvido humano responsável pela audição”, explica a médica.

Mas é importante lembrar que muitos desses remédios são essenciais no tratamento de doenças. Por isso, o ideal é que, antes do tratamento, sejam feitos exames para verificar se já existe alguma lesão auditiva que possa se agravar com o uso do remédio.

Quimioterápicos usados no tratamento de câncer, antibióticos da família dos aminoglicosídeos, usados na prevenção e no tratamento de infecções pós-operatórias e até no combate à tuberculose, além de antineoplásicos e antimaláricos também fazem parte da lista de remédios que podem acarretar danos à audição. É um dilema enfrentado pelos médicos. Bebês prematuros também correm riscos, já que precisam tomar antibióticos para combater determinadas infecções respiratórias.

“Os recém-nascidos com baixo peso são muito expostos a infecções e precisam desses remédios, mas é preciso atenção. Hoje o teste da orelhinha é uma avaliação obrigatória, que é feita logo após o nascimento do bebê para verificar se ele tem algum dano auditivo”, lembra a fonoaudióloga, que é especialista em audiologia.

A situação é ainda pior para aqueles bebês que precisam passar um bom tempo na incubadora, porque, além dos remédios, eles são prejudicados pelo barulho nas incubadoras, que pode chegar a até 100 decibéis.

Quando a perda auditiva causada pelos medicamentos ototóxicos ocorre ainda na infância pode gerar problemas na fala e no aprendizado. Afetando o desenvolvimento infantil como um todo.

“Nesses casos, a perda auditiva é irreversível e o processamento do som sofre prejuízo. Perde-se a capacidade de perceber com clareza a voz humana, os sons do ambiente e até a própria voz”, explica Isabela Carvalho.

Os efeitos da ototoxidade dos remédios são amplos e atingem indivíduos de todas as idades. Nos ouvidos, esses medicamentos causam uma perda neurossensorial, temporária ou definitiva, de grau variado (de leve à profunda), de acordo com o remédio, a dose ingerida e o tempo de tratamento.

“Aconselho a quem suspeita de alguma dificuldade auditiva que procure um médico otorrinolaringologista o mais rápido possível. A perda auditiva pode ter muitas causas: trauma acústico, infecções, idade avançada, mas pode ser conseqüência também do uso prolongado de um medicamento ototóxico”, conclui a fonoaudióloga.

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