Curiosidade

Datas comemorativas lembram fatos históricos e despertam curiosidade

Levantamento de 2010 mostra 275 datas distribuídas pelo ano.

Yara Aquino, Agência Brasil.

Atualizada em 27/03/2022 às 11h46
(Foto: Reprodução/Internet)

BRASIL - As datas comemorativas fazem parte do calendário anual. Enquanto algumas são conhecidas porque trazem a lembrança de um fato histórico ou são comemoradas mundialmente, outras despertam a curiosidade como o Dia Nacional do Macarrão, instituído no ano passado. Ele passa a ser celebrado em 25 de outubro.

Em geral, as datas comemorativas reconhecem a importância de um fato histórico, homenageiam uma profissão, registram uma conquista social ou política e buscam mobilizar a sociedade em torno de uma causa. Um levantamento do site da Câmara dos Deputados - com datas comemorativas criadas por normas federais e com registro até 2010 - soma 275 datas distribuídas pelo ano.

Algumas celebrações são bem antigas, como o Dia de Natal, criado por um decreto imperial em 1822, e o Dia do Trabalho, feriado nacional criado em 1924 e celebrado em 1° de maio. O calendário traz algumas curiosidades como o Dia do Órfão (24 de dezembro), o Dia do Sogro (10 de março), e o Dia do Enfermo (14 de janeiro).

Entre as que homenageiam profissionais estão atividades conhecidas como professor, advogado e carteiro, e outras nem tão comuns como o eletricitário e o auditor-fiscal do trabalho. No último dia 9, a presidenta Dilma Rousseff sancionou cinco leis que instituem novas datas como o Dia do Humorista (20 de maio) e o Dia do Pedagogo (13 de outubro).

Ao longo dos anos, essas datas comemorativas foram estabelecidas a partir de leis e decretos. Em 2010, a Lei 12.345 fixou critérios para a instituição de datas comemorativas. Pelo texto, a proposição de datas que vigorem em território nacional deve ser feita por meio de projeto de lei e obedecer ao critério de “alta significação” para diferentes segmentos profissionais, políticos, religiosos e étnicos.

A definição de alta significação deve se dar por meio de consultas e audiências públicas, com a participação da população e organizações legalmente reconhecidas e vinculadas aos segmentos interessados.

O doutor em história pela Universidade de São Paulo (USP) Ricardo Oriá diz que as datas comemorativas são a forma de uma sociedade manter costumes e cultuar seus heróis e efemérides. Ele avalia que é importante que elas sejam criadas com a participação ativa da sociedade e de grupos profissionais e sociais a que essas datas estão ligadas. Segundo Oriá, ao fixar critérios e determinar consultas e audiências públicas, a lei de 2010 buscou suprir a necessidade de debate e evitar que a criação se banalize.

“A lei veio fazer não só que se estanque o volume exacerbado de proposições, como é também uma forma de legitimar essa demanda que, entendemos, deve partir da própria sociedade. A sociedade é que deve estabelecer aquilo que pretende homenagear, que datas históricas quer que sejam comemoradas. Isso dá legitimidade a essa proposição e evita que o próprio grupo a que ela se direciona nem tome conhecimento das razões de determinada data comemorativa”, disse Oriá.

Entre as que buscam mobilização social estão o Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo (28 de janeiro) e o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas (7 de fevereiro). Um exemplo que consegue provocar mobilização de governos e da sociedade civil é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que desde 2000 é lembrado em 18 de maio.

O secretário executivo da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced), Vitor Alencar, conta que o 18 de maio é importante para atrair a atenção e colocar em discussão a temática do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes.

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