Política

Após confusão, sessão sobre meta fiscal é adiada

O senador Renan Calheiros teve que encerrar a sessão, sem votação.

Iolando Lourenço / Agência Brasil

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h48
(Valter Campanato / Agência Brasil)

BRASÍLIA - Uma confusão entre parlamentares e manifestantes que ocupavam as galerias do plenário do Congresso Nacional levou o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) a suspender e adiar para amanhã (3), às 10h, a sessão do Congresso Nacional para votar dois vetos e o projeto de lei que altera cálculo do superávit primário.

O tumulto com os manifestantes começou durante o discurso da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Incomodada com a situação, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) interpelou Renan solicitando que ele providenciasse a retirada das pessoas das galerias. O presidente do Congresso então determinou aos seguranças que esvaziassem as galerias, mas parlamentares da oposição reagiram e se juntaram aos manifestantes.

Os seguranças agiram para cumprir a ordem de Renan. Houve empurrões entre os seguranças, parlamentares e manifestantes. Eles chegaram a usar os equipamentos de choque. O professor de história, Alexandre Ângelo, de Goiânia, disse que um segurança pediu para deixar a galeria, e como não obedeceu, foi agredido com choque elétrico. “Pediram para eu sair. Eu disse não. Então, o segurança disparou a arma de choque e eu desmaiei”, ressaltou.

A aposentada Ruth Gomes, de 79 anos, disse que também foi empurrada e depois sofreu uma “gravata” de um dos seguranças, chegando quase a desmaiar. Enquanto o tumulto tomava conta das galerias, agressões verbais e até empurrões ocorriam dentro do plenário, envolvendo parlamentares contra e a favor da aprovação do projeto que muda a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor para alterar o superávit primário.

O senador Renan Calheiros tentou, mas não conseguiu, negociar uma saída para o impasse e teve que encerrar a sessão sem votar nada. “Esta obstrução é única em 190 anos do Parlamento. Vite e seis pessoas assalariadas impedindo os trabalhos do Congresso. Isso não é possível”, disse. Ao mesmo tempo, na mesa de trabalhos, alguns deputados agrediam verbalmente os colegas.

Parlamentares da oposição permaneceram durante todo o tumulto ao lado dos manifestantes, prestando apoio e solidariedade. “Nunca aconteceu uma coisa dessas aqui no Parlamento. Isso foi deprimente. É inaceitável. É inadmissível. Eles não vão conseguir transformar o Congresso no Parlamento bolivariano”, disse o líder da oposição no Congresso, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). “Na época em que fomos governo, a esquerda sempre ocupou as galerias e nunca aconteceu nada do que se viu hoje. Estamos vendo muita truculência”, disse.

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