Doença

Inpa desenvolve creme para tratamento da leishmaniose

O projeto é desenvolvido desde 2011 em parceria com universidades da Finlândia e da Itália.

Andreia Verdélio/Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h49
(Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil)

BRASÍLIA - O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) está desenvolvendo um medicamento que vai diminuir a resistência dos pacientes ao tratamento da leishmaniose cutânea, ao torná-lo menos invasivo e com menos efeitos colaterais. O projeto do instituto foi apresentado durante a 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que termina hoje (19) em Brasília.

Usando a nanotecnologia, o Laboratório de Leishmaniose e Doença de Chagas do Inpa, criou um creme para ser aplicado na lesão, que é 30 vezes mais potente que as drogas utilizadas atualmente, indovenosas ou intramusculares. O projeto é desenvolvido desde 2011 em parceria com universidades da Finlândia e da Itália.

“Estamos nos baseando em drogas já conhecidas, mexemos eprom sua formulação e, até agora, estamos tendo bons resultados com nossas nanopartículas, que estão em torno de 50 nanômetros. E, na parte química, estamos testando vários tipos de ligantes, já aceitos pelo organismo, que favoreçam a penetração e a entrada de forma mais fácil das partículas dentro da célula, para que possa atingir o parasita”, explicou a bióloga Antônia Maria Ramos Franco, pesquisadora responsável pelo laboratório do Inpa.

A leishmaniose cutânea é uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca úlceras na pele e mucosas. É transmitida ao homem pela picada das fêmeas infectadas de insetos flebotomíneos. No Brasil, esses insetos podem ser conhecidos por diferentes nomes de acordo com sua ocorrência geográfica, como tatuquira, mosquito-palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui e anjinho, entre outros.

O laboratório do Inpa desenvolve várias linhas de pesquisa que vão desde o estudo de distribuição geográfica, identificação à taxinomia (ciência que classifica os seres vivos) de vetores, de perfil epidemiológico, de métodos de diagnóstico e alternativas de medicamentos. Algumas dessas pesquisas já resultaram em produtos e dependem agora do interesse da iniciativa privada para a comercialização.

“Estamos tentando fazer o melhor possível para ajudar o povo, a partir das nossas observações e do convívio com esse problema social e de saúde pública. A forma de administração de uma droga pode reduzir seus efeitos colaterais. E, se conseguirmos um tratamento tópico baseado na nanotecnologia, será excelente, e esse creme tem um potencial muito grande”, argumentou a pesquisadora do Inpa.

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