Aviação civil

Emissões de monóxido de carbono, na aviação, aumentam 32%

Os dados atualizados foram divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)

Divulgação / Anac

Atualizada em 27/03/2022 às 11h49
(Foto: Divulgação)

BRASÍLIA - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou, nesta quarta-feira (15), o primeiro Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas da Aviação Civil. O documento inédito é uma importante ferramenta de gestão ambiental, capaz de detalhar a evolução das emissões de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa do transporte aéreo ao longo dos últimos nove anos. O sistema é baseado em dados de movimentos de aeronaves fornecidos pelo Departamento de Controle do Trafego Aéreo (Decea) e servirá de base para estudos de monitoramento de emissão de gases, além de fomentar programas ambientais e de eficiência energética na aviação civil brasileira.

Dentre os resultados observados está a emissão do monóxido de carbono (CO). Enquanto o número de movimentos da aviação civil brasileira cresceu 75% em nove anos, o crescimento de emissões do gás passou de cinco mil toneladas em 2005 para cerca de 6,6 mil em 2013, com um crescimento de 32%. Segundo a Superintendência de Relações Internacionais da ANAC, a modernização da frota brasileira é um dos motivos para o número de emissões estarem abaixo do crescimento do setor.

Tendo como exemplo as emissões de monóxido de carbono (CO), observou-se que 83% são provenientes de movimentações domésticas, contra 17% gerados por movimentações internacionais. As emissões de CO são, de forma majoritária, geradas pelas fases em que os motores das aeronaves se encontram em modo de operação de taxiamento na pista durante o ciclo de pouso e decolagem.

Com o novo relatório é possível quantificar essas emissões desagregadas por aeroporto. Dentre os cinco maiores aeroportos do país Guarulhos (SP) é o maior emissor de CO, por consequência de ser também líder no número de voos. Por outro lado, apesar de Congonhas (SP) possuir a segunda maior movimentação, aeroportos como Presidente Juscelino Kubitschek (DF) e Galeão (RJ) emitiram mais monóxido de carbono nos últimos anos, o que é explicado pelo tempo médio de taxi nestes aeroportos.

O relatório apresenta dados relativos à emissão de poluentes atmosféricos, que são os gases responsáveis por impactos negativos na saúde humana, como CO, NOx, SO2, COV e Material Particulado. Há também informações sobre a emissão de gases de efeito estufa direto, como CO2, CH4 e N2O. Para a base de dados foram analisados mais 1,5 milhões de movimentos de aeronaves a cada ano. O Inventário de Emissões revela que, entre os anos de 2005 a 2013, o número de movimentos de aeronaves quase duplicou.

A metodologia

O documento surge de uma necessidade identificada pela Agência de reduzir a assimetria de informações quanto ao verdadeiro impacto da operação de aeronaves sobre a poluição do ar. Essas análises fornecerão melhores subsídios para a atuação da Agência em conflitos ambientais e permitirão o desenho de medidas operacionais que reduzam ou mitiguem o impacto ambiental da aviação civil no país, além de preparar o setor para a inserção em futuros mercados de créditos de carbono e permitir a avaliação do impacto da atividade em âmbito regional e local, analisando separadamente cada aeroporto. O inventário, que levou oito meses de preparação, foi elaborado em parceria com o Instituto de Energia e Meio Ambiente de São Paulo (Iema), organização não governamental referência no país para estudos deste tipo.

Os cálculos de consumo de combustível e emissões foram feitos por voo para cada aeronave, seja ela comercial, de fretamento ou da aviação geral. Para os cálculos, são levadas em consideração todas as fases de voo (taxi da aeronave, decolagem, voo em cruzeiro e pouso). É importante ressaltar que não entram na análise as emissões de poluentes de helicópteros, aeronaves militares e de aeronaves agrícolas movidas a etanol.

Uma importante vantagem do sistema desenvolvido é permitir a agregação dos valores de emissão e consumo por diversos parâmetros, habilitando a construção de séries históricas por aeronave, aeroporto, estado de origem, país ou continente de destino, dentre outros.

O Inventário de Emissão de Gases Atmosféricos contempla ainda a evolução no consumo de combustível para a aviação, além das emissões associada a compostos Orgânicos Voláteis (COV), Óxido de Nitrogênio (NOX), Dióxido de Enxofre (SO2) e Material Particulado (MP) e dos gases do efeito estufa direto. No documento, encontram-se ainda disponíveis todas as metodologias utilizadas na confecção do material. Os dados completos do Inventário de Emissão de Gases Atmosféricos da Aviação Civil podem ser acessados no portal da ANAC na internet.

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