Manifestações

Movimentos sociais fazem ato contra repressão

Eles também protestaram contra a demissão de trabalhadores que fizeram greve.

Bruno Bonecchi

Atualizada em 27/03/2022 às 11h52

SÃO PAULO - Movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos fizeram ontem (18) um ato na Câmara dos Vereadores da capital paulista contra a repressão das manifestações e a restrição das liberdades democráticas. Eles também protestaram contra a demissão de trabalhadores que fizeram greve neste ano, como os metroviários de São Paulo e os empregados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Hoje, a gente tem preso político no país. Isso é a primeira coisa que a gente tem de refletir. A redemocratização já foi superada, agora estamos em democracia. Só que em razão das violações perpetradas pelo Estado, crimes que o Estado comete, eu não posso dizer que nós já orbitamos essa dimensão”, disse o advogado Daniel Biral, membro do grupo Advogados Ativistas, que já foi preso em uma manifestação por pedir a identificação de um policial. Ele acusa a Polícia Militar de tê-lo agredido e ameaçado.

Entre as reivindicações dos participantes do ato, estão a libertação imediata de todos que eles consideram presos políticos, à revelia do entendimento da Justiça. Os participantes acham que são presos políticos; a Justiça não. Eles querem também o encerramento dos inquéritos policiais de investigação dos manifestantes, além da garantia ao direito de manifestação.

“Eu tenho consciência de que meu filho tem participado de vários movimentos sociais, de várias manifestações, todas de maneira pacífica. Ele não é líder de nenhum movimento. E volto a afirmar que se manifestar não é crime, é um direito de todo indivíduo”, disse Helena Harano, mãe de Fábio Hideki Harano, aluno e funcionário da Universidade de São Paulo (USP), preso há 27 dias em uma manifestação, acusado de ser um líder do movimento Black Bloc.

Segundo o sindicalista Marcelo Pablito Santos, do Sindicato dos Trabalhadores da USP, a greve na instituição, que hoje completa 53 dias, deve continuar até a liberdade de Harano. “Na nossa greve colocamos como ponto fundamental a libertação do nosso companheiro Fábio Hidek. Já aprovamos no comando de greve: se a reitoria não abrir negociação e não houver libertação, vamos continuar a paralisação na universidade”, disse.

Entre os movimentos que participaram do ato estão os Advogados Ativistas, o coletivo "Por Que o Senhor Atirou em Mim?", o Comitê Estadual de Luta contra a Repressão e o Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

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