Programa de governo

Dilma lança programa para estimular produção audiovisual no Brasil

O decreto que pretende desburocratizar os processos de seleção e de contratação de produtoras audiovisuais.

Paulo Victor Chagas / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h53

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff lançou hoje (1º) o Programa Brasil de Todas as Telas, que, segundo ela, é a maior iniciativa de desenvolvimento do setor audiovisual do Brasil, pelo volume de recursos, de R$ 1,2 bilhão. A partir de amanhã (2), estarão disponíveis R$ 480 milhões para ações que vão fomentar a produção de obras cinematográficas nacionais, a capacitação profissional e a implantação de novas salas de cinema.

Durante a solenidade, Dilma assinou decreto que pretende desburocratizar os processos de seleção e de contratação de produtoras audiovisuais e disse que as medidas vão fortalecer a indústria audiovisual.

De acordo com o diretor-presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Manoel Rangel, além dos recursos anunciados hoje, R$ 310 milhões estão disponíveis para o programa Cinema Perto de Você, que se juntarão a R$ 413 milhões de recursos já anunciados no final do ano passado, totalizando o R$ 1,2 bilhão de investimentos no programa.

Os recursos podem ser aplicados na criação de novos processos de seleção para produtoras qualificarem projetos e criarem novos conteúdos audiovisuais. Segundo Rangel, esse primeiro objetivo vai permitir a criação de 450 novos projetos para cinema e TV e de 54 núcleos de criação em todas as regiões do país. O programa também tem como meta a produção de 300 filmes longas-metragens e 400 obras para televisão, num total de duas mil horas de conteúdo para todas as plataformas de exibição.

Para o cineasta Roberto Moreira, representante da indústria cinematográfica no Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual, a vocação do programa é acolher a diversidade e incentivar o setor tanto para o pequeno quanto para o grande produtor. “A maior ambição é justamente favorecer esse diálogo entre as produtoras de audiovisual e seu público. Em última instância, trata-se de criar imagens nas quais a sociedade se reconhece e se discute”, disse.

“A partir de hoje, qualquer estado brasileiro, em especial os do Norte, Nordeste e do Centro-Oeste, têm mecanismos para garantir uma produção própria, o mesmo podemos dizer das emissoras públicas de todo país. Só não vai produzir quem não quiser”, avaliou.

Para os profissionais, serão criadas bolsas de capacitação, pesquisa e produção, com duração de até dois anos, nos campos técnico-operacional, gestão e negócios, e criação e dramaturgia. De acordo com o diretor-presidente da Ancine, a parceria com o Ministério da Educação vai permitir a criação de 20 novos cursos em 12 capitais e matricular mais de cinco mil estudantes, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Audiovisual.

Uma das linhas de financiamento vai abarcar a rede pública de televisão. A Linha de Produção de Conteúdos destinados às TVs Públicas terá R$ 60 milhões para o fomento de produções regionais independentes, e será administrada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). De acordo com o diretor-geral da empresa, Eduardo Castro, o valor será distribuído igualmente entre as cinco regiões do país. “É uma grande ação em conjunto, que reforça a regionalização, o relacionamento com as produtoras independentes, e traz produção inédita para a rede pública em quantidade muito interessante, que pode chegar a 300 horas de programação por ano”, afirmou. Segundo Castro, as produções já poderão ser vistas nas emissoras públicas, como a TV Brasil, a partir de 2015.

O programa também vai implantar novas salas de cinema e modernizar as existentes. No Ceará, por exemplo, 16 salas de cinema serão implantadas em oito municípios do interior. De acordo com o Secretaria de Cultura do estado, R$ 20 milhões serão investidos nas novas salas para reduzir a desigualdade no acesso a cinema entre a capital e as cidades do interior.

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