Índice de gravidez na adolescência continua a crescer no Brasil

G1

Atualizada em 27/03/2022 às 14h11

SÃO PAULO - Cerca de 1,1 milhão de adolescentes engravidam por ano no Brasil e esse número continua crescendo. O índice de adolescentes e jovens brasileiras grávidas é hoje 2% maior do que na última década; as meninas de 10 a 20 anos respondem por 25% dos partos feitos no país, segundo o Ministério da Saúde.

Estudo da Organização Mundial da Saúde mostra que a incidência de recém-nascidos gerados por mães adolescentes com baixo peso é duas vezes maior que o de mães adultas. A taxa de morte neonatal é três vezes maior. Esse são apenas alguns dos problemas da gestação na adolescência. Também há outra questão: as meninas que ficam grávidas acabam deixando de estudar para cuidar do bebê.

Numa tentativa de combater esse problema, nesta semana a Prefeitura de Porto Alegre deu início a um programa de combate à gravidez precoce. O método contraceptivo que será utilizado é o implante subcutâneo. Os anticoncepcionais estão sendo oferecidos a meninas carentes de 15 a 18 anos. Ao todo, 2,5 mil implantes foram doados por uma ONG para o programa.

Colocados sob a pele, os implantes impedem a gravidez durante três anos. As meninas que participam do programa precisam de autorização assinada pelos pais ou responsáveis. O implante foi desenvolvido por um laboratório holandês e, pela primeira vez, será usado em larga escala em saúde pública no Brasil. A coordenação do programa é da Prefeitura de Porto Alegre.

Além de diminuir os índices de gestação na adolescência, a proposta é desenvolver o vínculo das meninas com as unidades de saúde e orientar, acompanhar e fazer a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Consta no plano de trabalho do convênio que serão solicitados exames complementares neste primeiro momento.

Como funciona o implante

O implante é inserido debaixo da pele, na região do braço. Durante três anos, ele libera diariamente na corrente sangüínea as doses necessárias de hormônio para inibir a ovulação, evitando, assim, a gravidez. A inserção é feita em alguns minutos pelo médico no consultório. Através de um aplicador, o implante é colocado na parte anterior do braço escolhido, cerca de seis a oito centímetros da dobra, com anestesia local.

Contraceptivos disponíveis na rede pública

Os métodos anticoncepcionais disponíveis nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) são a pílula comum, a minipílula (utilizada pelas mulheres durante a amamentação), a pílula de emergência (do dia seguinte), as injeções anticoncepcionais, as camisinhas masculina e feminina e o Dispositivo Intra-Uterino (DIU). Entre os métodos de contracepção definitivos, que eliminam as possibilidades de gravidez futura, estão as cirurgias, como a vasectomia (nos homens) e a laqueadura (ligadura de trompas nas mulheres), que são feitas após recomendação médica.

Em 2005, três milhões de mulheres receberam, por meio do SUS, quase 20 milhões de cartelas de pílulas anticoncepcionais. O governo gastou R$ 19.998.587,50 na compra desses medicamentos.

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