CUIABÁ - O bispo de São Felix do Araguaia (MT), Dom Pedro Casaldáliga, garantiu nesta quarta-feira que não vai se rebelar contra a exigência feita pelo Vaticano para que deixe o município. A atitude, de acordo com ele, possivelmente será tomada "mas pelos agentes da pastoral e da comunidade e não por decisão minha".
Dom Pedro explica que a idéia de rebelião começou a ser cogitada durante a assembléia dos agentes da pastoral da região, realizada logo após o Vaticano ter exigido a saíde dele como condição para a chegada de um novo bispo à cidade.
- Eles ficaram incorformados com a ordem do Vaticano que me obriga a deixar a cidade - diz.
Ele ressalta, no entanto, que é a favor da nomeação de um novo bispo.
- Fui eu, inclusive, quem pediu para deixar o cargo. Isto porque eu já ultrapassei, há dois anos, a idade máxima permitida para continuar na função. A pessoa quando atinge uma certa idade não tem mais condições de trabalhar como antes - acredita.
Contudo, ele não concorda com a decisão imposta pelo Vaticano para que deixe a cidade.
- Assim que o outro bispo, de nosso conhecimento e respeito, fosse nomeado eu deixaria o município normalmente. Mas, o problema ocorreu quando o Vaticano impôs a minha saída. Não acho correto este tipo de exigência - alega.
Dom Pedro adianta que após a chegada do sucessor, vai se reunir com os agentes pastorais e a comunidade para decidir se deixa ou não a cidade.
- A decisão do Vaticano foi tomada de cima para baixo. A população não foi ouvida. Eu agirei conforme o que for decidido pela comunidade em assembléia - ressalta.
Dom Pedro está à frente da Prelazia de São Felix há mais de 30 anos e pediu para deixar a função em 2003 devido a problemas de saúde.
Nos próximos dias deve ser nomeado o novo bispo da cidade e a saída de Casaldáliga seria, de acordo com o Vaticano, uma forma de evitar constrangimento ao novo sacerdote.
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