Dirceu e Palocci descartam mínimo de R$ 240,00

Jornal do Tocantins

Atualizada em 27/03/2022 às 15h26

O presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), admitiu que será muito difícil aumentar o valor do salário mínimo para R$ 240. Para Dirceu, não se pode contar com o dinheiro extra que viria da reestimativa da inflação de 2003. A Comissão Mista de Orçamento encontrou receitas adicionais que podem chegar a R$ 9 bilhões. Só que a maior parte dos recursos sairia da correção do Orçamento pela inflação.

“Não se deve contar com recursos inflacionários que não existem”, afirmou o presidente do PT. “Vocês acham que vamos falar isso para o mundo, que vamos dar aumento em cima de recursos inflacionários? Então, vamos atear fogo, é isso?”, irritou-se o deputado, ao ser questionado sobre a mudança de posição de seu partido em relação ao aumento do mínimo depois da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

Dirceu insistiu no argumento de que foi o cenário econômico que mudou, não o PT. “Definindo-se os recursos, podemos aumentar as despesas, mas não se pode trabalhar com inflação como fonte de orçamento”, argumentou. Coordenador político do processo de transição, ele insistiu em que a economia está parada e os juros chegaram à casa dos 21,5%. Para piorar, lembrou, há a exigência de superávit primário (receitas menos despesas, descontado o pagamento dos juros), de 3,75% do Produto Interno Bruto (PIB).

De qualquer forma, Dirceu garantiu que conversará com o relator-geral do Orçamento, senador Sérgio Machado (PMDB-CE) - um dos que viram na receita extra a possibilidade de aumentar o mínimo para R$ 240,00 - e também com todos os líderes. “Vamos ver o que podemos fazer, mas quero ressaltar que este é o Orçamento do governo Fernando Henrique Cardoso, não o do Lula”, disse.

Para o coordenador da equipe de transição, Antônio Palocci Filho, mesmo que o Congresso encontre meios de fixar um salário mínimo de R$ 240,00 no Orçamento de 2003, o futuro governo só fixará o novo valor após analisar as perspectivas da economia. “Se o quadro estiver melhor, vamos fazer mais. Se estiver pior, vamos fazer menos”, afirmou Palocci, em Brasília, acrescentando que a decisão é “exclusiva do presidente”.

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