Salário Mínimo será definido após análise da conjuntura econômica

Globonews.com

Atualizada em 27/03/2022 às 15h26

BRASÍLIA - O coordenador-geral da transição, Antônio Palocci, disse que o momento principal da discussão do valor do salário-mínimo se dará quando o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, analisar se será possível colocar em prática as decisões do Congresso Nacional. Isso só deve acontecer, segundo Palocci, depois da posse, no ano que vem.

- Vamos torcer para que o ambiente mais favorável na economia se reproduza na mudança do ano. Se acontecer o contrário, possivelmente o presidente vai ter que optar por fazer um Orçamento mais restritivo - afirmou, reiterando que desconhece qualquer proposta de pagamento escalonado do salário-mínimo.

Palocci lembrou que o Orçamento não é impositivo, mas sim indicativo, e pode se desenvolver positivamente ou não.

- A disposição é fazer o melhor possível. O Orçamento é sempre uma peça de previsão, mas ninguém está proibido de ser otimista - frisou.

No Congresso, o presidente da Comissão Mista do Orçamento, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), informou que a realocação de recursos no Orçamento do próximo ano deve proporcionar um aumento do salário-mínimo entre 6% e 8%. Segundo Aleluia, o pouco dos recursos adicionais disponíveis pode elevar o mínimo para até R$ 224.

- A comissão tem à disposição os recursos adicionais. Como vão ser usados, aí é uma questão política - disse à Agência Brasil.

De acordo com o deputado, se o governo concluir que o salário-mínimo não é uma prioridade, os recursos disponíveis poderão ser realocados para a área social.

- Quando o cobertor é curto, você escolhe fazer uma coisa ou outra - afirmou, em resposta à pergunta sobre a capacidade do próximo governo em reajustar o salário-mínimo e, ao mesmo tempo, atender aos programas sociais previstos para 2003.

Ontem, numa avaliação preliminar, o relator-geral do Orçamento, senador Sérgio Machado (PMDB-CE), tinha apontado receitas extras para o ano que vem que poderiam chegar a R$ 12 bilhões. Do total, R$ 3,5 bilhões seriam reservados ao aumento do mínimo para R$ 240. Esse é o valor defendido pelas centrais sindicais e pela maior parte dos parlamentares do PT. O PSDB e o PFL, que já anunciaram estar na oposição a partir do ano que vem, também já se manifestaram a favor do aumento nesse patamar.

Se de fato passar, no ano que vem, para R$ 240, o salário mínimo não siginificará problema para o setor industrial do país, segundo o primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Roberto Liboni. Ele afirmou hoje que as empresas se adaptariam melhor ao novo valor e sofreriam menor impacto do que os cofres públicos e a previdência social.

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