Rio - Numa megaoperação surpresa, batizada de 'Carga Pesada', 50 agentes da Polícia Federal de Goiás ocuparam o prédio da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, em Goiânia, e prenderam 22 funcionários - entre eles sete policiais civis - acusados de participação numa quadrilha especializada em roubo de cargas e veículos.
A operação aconteceu também em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Acre e Rondônia, simultaneamente. Nesses estados, outras seis pessoas foram presas. Entre eles, José Benedito Ferreira, conhecido como Dito, acusado de coordenar o roubo de caminhões no interior paulista para depois encaminhá-los para Goiânia. Ele foi detido em São José dos Campos, São Paulo.
Além de roubar carros, caminhoões e cargas, a quadrilha atuava com falsificação de documentos. Segundo a PF, o grupo mantinha hierarquia funcional, era bem estruturado e tinha conexão com agentes públicos. Laranjas e despachantes formalizavam transferências e provideciavam laudos fraudulentos de vistoria de veículos, enquanto policiais civis davam cobeertura às atividades. Na liderança do bando estavam agentes da polícia civil de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso.
Apesar da operação e da devassa na DFRV de Goiânia, o diretor-geral da Polícia Civil de Goiás, delegado Marcos Martins, disse estar garantido no cargo. Ele informou ter conversado com o governador Marconi Perillo sobre o fato e garantiu ter recebido apoio para continuar acompanhando o caso.
- Acho que não tem nada a ver, não estou envolvido em nenhuma atividade ilícita e, sendo assim, continuo no cargo - afirmou.
Martins considerou natural a reação dos funcionários da delegacia, que se sentiram constrangidos com a ação da Polícia Federal e realizaram um protesto. O delegado também descartou a possibilidade de os policiais da Delegacia Estadual de Investigações Criminais deflagrarem greve, por descontentamento. Os cinco delegados adjuntos da
DFRV e cerca de 80 agentes policiais colocaram seus cargos à
disposição após a operação da PF no prédio da delegacia.
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