Pecuária do Piauí enfrenta forte crise por causa da seca

Agência Nordeste

Atualizada em 27/03/2022 às 15h27

TERESINA - A seca está fazendo com que os pecuaristas transfiram seus rebanhos para locais onde ainda existem reservatórios de água. O capim está seco e não chove desde março e abril na maioria dos municípios da região sul do Piauí. A morte de animais é freqüente, de acordo com o jornal MEIO NORTE.

O vaqueiro Antonio Carlos, da Fazenda Mato Grosso, do município de Alvorada do Gurguéia, diz que é preciso transferir o gado da roça onde o capim está seco para o curral onde é possível comer ração e beber na sede da fazenda. Tocando a boiada pelo rodovia federal BR-135, Antonio Carlos afirmou que de 200 e poucas cabeças de gado, 14 animais já morreram durante a atual fase da seca. “O pasto é muito pouco, o jeito é dar ração no cocho”, afirmou Antônio Carlos.

A expectativa da pecuária no Piauí no próximo ano é ainda mais crítica. Os Estados de Pernambuco e Alagoas, os únicos que não tinham fronteira sanitária para evitar que a carne bovina do Piauí entrassem em seu mercado vão fechar a porteira porque em 2003 completam três anos de vacinação contra a febre aftosa.

A carne bovina já não passa mais nas barreiras de vigilância sanitária dos Estados vizinhos do Maranhão, Tocantins, Ceará e Bahia. “Quando a carne do Piauí é levada para a Bahia é queimada na barreira da vigilância sanitária”, conta o prefeito de Corrente, Tertuliano Cavalcanti (PPB). Tertuliano Cavalcanti conta que Corrente é um dos principais pólos de pecuária.

Os recursos liberados pelo Ministério da Agricultura para a vacinação e controle da febre aftosa foram enviados ao Piauí durante a administração do ex-governador Francisco de Assis de Moraes Souza, o Mão Santa (PMDB), mas as verbas não foram aplicadas e não houve a vacinação planejada.

Tertuliano Cavalcanti afirmou que pecuaristas da região sul do Estado trabalham com inseminação artificial, transplante de embrião, com alta produtividade, criação o novilho precoce para abate, mas o Piauí não tem o controle da aftosa. “Não se pode conceber isso se passa. O problema é que isso acontece no Estado inteiro. Nós vacinamos nossos animais, mas isso não acontece em todo o Piauí e não podemos vender para todas os Estados”, declarou Cavalcanti.

As Prefeituras Municipais do sul do Piauí perceberam que o governo do Estado não iria repassar as verbas federais para o cadastro dos bovinos e equinos e bancaram com recursos próprios porque sabem que a base da sua economia é a pecuária. Mas Prefeituras Municipais do norte do Estado não realizaram o mesmo cadastro.

Um dos setores mais importantes da economia do Piauí ficou prejudicado com a falta de um levantamento global e pela organização e o mercado para a pecuária ficou restrito ao interno e aos de Pernambuco e Alagoas, que até este ano ainda não conseguiram também ter o controle da febre aftosa em seu rebanho. A diferença é que os dois Estados estão no próximo ano com o controle da doença e fecharão suas barreiras sanitárias. A carne bovina piauiense, então, passará a ser vendida apenas no próprio Estado.

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