Maranhão está fora do horário de verão

Roseann Kennedy, Agência Nordeste

Atualizada em 27/03/2022 às 15h27

BRASÍLIA – Começou, a zero hora de hoje, mais um horário de verão no País. É a 29ª vez que a medida é adotada para reduzir o consumo de energia nos horários de pico. O Nordeste, no entanto, ficará de fora. Não por uma questão de preferência popular, mas por explicações científicas.

Com o horário de verão, há um melhor aproveitamento da luz natural ao entardecer, o que proporciona redução no consumo energético. A idéia, ao retardar uma hora nos relógios, é reproduzir no verão condições aproximadas de claridade às verificadas no alvorecer no inverno. Com isso, o pôr do sol ocorre mais tarde.

Nas regiões próximas à Linha do Equador não há grande variação da duração dos dias e das noites, nas diferentes estações do ano. É o caso do Nordeste. Por isso, a Região fica fora do horário alternativo, já que a adoção da medida não proporciona ganhos significativos. Nas localidades mais ao Sul existe maior proximidade ao Trópico de Capricórnio e muita alteração na luminosidade nas mudanças de estação. As características são apropriadas para a adoção do horário de verão.

Apesar da constatação, o horário de verão foi adotado no Nordeste no ano passado, devido ao racionamento de energia. E, de 1985 para cá, quando a medida passou a ocorrer todos os anos, os estados nordestinos conviveram com a alteração nos relógios sete vezes (85/86, 86/87,87/88, 88/89, 89/90, 99/00 e 01/02). Em outras situações, somente os estados mais ao sul da Região entraram para o horário de verão. Na maioria das vezes, ocorrendo só na Bahia e, em 95/96, também em Alagoas e Sergipe.

No horário que começa hoje, a Bahia também foi incluída. Mas a questão foi parar na Justiça. O deputado estadual João Henrique entrou com uma liminar pedindo a exclusão do Estado na adoção do horário. Ele ganhou a causa, numa determinação do juiz da 13ª Vara Cível da Justiça Federal, Carlos D' Ávila.

No ano passado, durante o racionamento de energia, também foram muitas as ações judiciais no Nordeste para tentar excluir os estados da medida. Uma das maiores brigas ocorreu no Ceará e foi encabeçada pelo deputado federal Sérgio Novais (PSB). Este ano, mesmo com o Estado fora, Novais voltou ao Ministério das Minas e Energia para mostrar números da situação energética no Ceará e evitar, definitivamente, que fosse cogitada a adoção do horário por lá.

O deputado apresentou números da Companhia Energética do Ceará (Coelce) indicando que o consumo nos meses de julho e agosto deste ano estão nos mesmos patamares de 1999, não havendo período de aumento da demanda de energia. Além disso, numa comparação julho 2002/2000, fica constatada uma queda de 4,2% no consumo.

No ano passado, a economia de energia durante os 126 dias de duração do horário de verão foi de 0,7% nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o equivalente a 200MW, por um mês. O montante corresponde ao consumo mensal de Joinville (SC).

No Nordeste, a economia foi de 0,6%, o que representa o consumo mensal de Ilhéus (BA).

Em termos de redução de demanda, observou-se -4,5% nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, equivalentes à metade da carga do Rio de Janeiro, e de -4,1% no Nordeste, valor similar à carga de Maceió (AL).

Horário de verão 2002/2003

- Início: zero hora de domingo, 3 de novembro de 2002

- Término: zero hora de domingo, 16 de fevereiro de 2003

- Período de duração: 105 dias

- Estados incluídos: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Bahia * , além do Distrito Federal.

(*) A Bahia entrou na justiça para ser excluída.

- Expectativa de economia de energia: 0,6% nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, equivalentes a 210 MW, que corresponde à carga de Vitória (ES). Na Bahia, a redução esperada era de 9,1 MW. No Tocantins, de 0,2 MW.

- Objetivo do horário de verão: Aliviar o consumo no horário de pico - um intervalo de três horas entre 17h e 22h.

- Geralmente o horário de verão começa em outubro, mas este ano, por causa das eleições, a medida só foi adotada em novembro por solicitação da Justiça Eleitoral.

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