Inflação: IGP-M tem a maior taxa em dois anos

GloboNews.com

Atualizada em 27/03/2022 às 15h31

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), passou de 1,95% em julho para 2,32% neste mês, a maior taxa desde agosto de 2000, quando o indicador ficou em 3,10%. A alta foi puxada principalmente pela desvalorização do real frente ao dólar e, em menor grau, pelo período de entressafra.

No ano, o IGP-M acumula alta de 7,95% e, nos últimos 12 meses, alta de 11,01%. O índice de Preço por Atacado (IPA) avançou 3,20%, a maior alta desde novembro de 1999, quando ficou em 3,26%. No mês passado, o IPA fechou em 2,66%. Já o Índice de Preço ao Consumidor (IPC) teve alta de 0,91%, contra 0,90% de julho. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) ficou em 0,82% neste mês, enquanto, no mês passado, ficou em 0,63%.

A alta de 3,20% do IPA, responsável por 60% do cálculo do IGP-M, se explica pela forte influência que o câmbio exerce sobre o atacado. A alta também foi puxada, em menor grau, por fatores desvinculados do câmbio, como a entressafra.

- O dólar continua tendo a maior influencia no cálculo do IPA, mas também há outros fatores que não foram motivados pela desvalorização do real. O boi gordo, por exemplo, registrou variação positiva de 8,15% este mês contra 2,17% do mês passado. Essa disparada no preço é conseqüência direta da entressafra – disse o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, ao comentar os resultados.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) não registrou variação significativa em agosto (0,91%), em relação ao mês passado (0,90%). Houve, no entanto, uma mudança nos itens que pesaram na alta. Neste mês, a alimentação foi a principal responsável pelo aumento do IPC. O pão francês teve o maior peso no índice, com variação 8,45%. No mês de julho, o aumento foi de 2,67% e, no ano, o pãozinho acumula alta de 12,37%.

Em relação ao INCC, que tem 10% de peso no cálculo do IGP-M a alta de 0,82% é explicada principalmente pelo aumento dos materiais de construção. Quadros espera que o IGP-M de setembro registre uma alta menor do que a deste mês, o que, segundo ele, depende da variação do câmbio.

- Se o dólar se estabilizar em R$ 3,10, os próximos índices vão ser menores. Neste caso, é bem provável que fique abaixo de 2,32% - prevê.

O coordenador de análises econômicas também disse que a tendência do IPC é baixa, já que a alta da alimentação deve desacelerar e a dos preços e tarifas administradas, diminuir cada vez mais.

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