Depois de metade da mata queimada

Controlado o incêndio na Terra Indígena Araribóia

Segundo o Prevfogo, 90% dos focos foram extintos e 10% estão cercados, sob controle.

Imirante Imperatriz, com informações da Assessoria.

Atualizada em 27/03/2022 às 11h38
(Divulgação / Ibama)

AMARANTE – O incêndio na Terra Indígena Araribóia foi controlado nesta quarta-feira (28) por brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Ibama (Prevfogo). Cerca de 300 pessoas participam da Operação Awá, iniciada em 24 de setembro.

De acordo com o chefe do Prevfogo, Gabriel Zacharias, 90% dos focos foram extintos e 10% estão cercados, sob controle. Com o apoio de 60 índios de três etnias, os brigadistas conseguiram impedir o avanço das chamas na direção das tribos Awá-Guajá, que vivem em isolamento voluntário na floresta.

A área afetada é de 220 mil hectares, cerca de metade da reserva, mas a parte mais preservada da Araribóia não foi atingida. “Essa foi a maior operação de combate ao fogo já feita em terras indígenas. Vamos permanecer na região para monitorar a situação e ajudar na construção de casas que foram destruídas”, disse Zacharias.

A operação mobilizou seis helicópteros, três do Ibama, um do Estado do Pará, outro do Maranhão e um da Vale, além de dois aviões do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O governo do Chile enviou ao Brasil 20 mil litros de retardante, produto usado em lançamentos aéreos que ajuda a atrasar a evaporação da água.

Madeireiros são apontados pelo diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, como responsáveis pelo início do incêndio. No dia 16 deste mês, uma equipe de fiscalização do Ibama foi atacada a tiros por criminosos que roubavam madeira da terra indígena no município de Arame (MA).

O agente ambiental federal Roberto Cabral, que coordenava a operação, foi baleado no braço direito. A tentativa de homicídio é investigada pela Polícia Federal (PF). “A fiscalização será mantida para evitar que madeireiros deem início a um novo incêndio criminoso”, disse Evaristo.

Cerca de 12 mil índios da etnia Guajajara e 80 da Awá-Guajá vivem na Araribóia, que tem 413 mil hectares. De acordo com o coordenador do Prevfogo, o trabalho conjunto com indígenas permitiu um combate mais eficaz e integrado.

O chefe do Prevfogo alerta que ainda há risco, porque as condições climáticas e de vegetação são propícias a novos incêndios. “Com a baixa umidade e as altas temperaturas, vamos manter o alerta na área para evitar novos focos de calor e continuar com as brigadas e o trabalho de prevenção”.

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