Crimes contra a ordem financeira

Pacovan e mais 17 pessoas são presas por crime de lavagem de dinheiro

Criminosos faziam parte de um esquema em postos de gasolina, envolvendo prefeituras.

Imirante.com, com informações da Mirante AM

Atualizada em 27/03/2022 às 11h24
Os 18 presos foram apresentados, na sede da Secretaria de Segurança Pública, nesta quinta-feira (4).
Os 18 presos foram apresentados, na sede da Secretaria de Segurança Pública, nesta quinta-feira (4). (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS – Na tarde desta quinta-feira (4), a Polícia Civil fez a apresentação, no auditório da Secretaria de Segurança Pública, das 18 pessoas presas na Operação “Jenga”, que foi realizada na manhã desta quinta. Segundo a polícia, os detidos são integrantes de uma organização criminosa chefiada pelo agiota e empresário Josival Cavalcante da Silva, conhecido como “Pacovan”.

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Pela sétima vez, a polícia conseguiu prender Pacovan, que segundo as investigações é o chefe da quadrilha que possui cerca de 200 milhões de reais em bens e serviços que incluem três fazendas, 11 imóveis e quatro veículos, e 7 postos de combustíveis que funcionavam em São Luís, Zé Doca e Itapecuru Mirim.

Além de “Pacovan” a Polícia Civil Conseguiu prender por meio de cumprimento de mandado de prisão Samia Lima Awad, Thamerson Damasceno Fontenele, Simone Silva Lima, Edna Maria Pereira (mulher de Pacovan), Rafaely de Jesus Souza Carvalho, Creudilene Souza Carvalho, Adriano Almeida Sotero, Geraldo Valdonio Lima da Silva, Lourenço Bastos da Silva Neto, José Etelmar Carvalho Campelo, estes dois últimos apontados como contadores da organização.

Foram presos também Renato Lisboa Campos, João Batista Pereira, Kellya Fernanda de Sousa Dualib, Manassés Martins de Sousa, Jean Paulo Carvalho Oliveira e Francisco Xavier Serra Silva.

De acordo com as investigações, Pacovan chefiava um esquema criminoso de lavagem de dinheiro por meio de uma rede postos de combustível, na capital e no interior do Maranhão. O esquema tinha o envolvimento da mulher dele, Edna Maria Pereira, e de outros parentes que aparecem como donos de empresas utilizadas na lavagem de dinheiro.

“Há cerca de um ano, recebemos uma comunicação da Receita Federal de que havia uma movimentação atípica em determinado posto de combustível de São Luís. Então, a Seic investigou e descobriu que esse posto era utilizado para lavagem de dinheiro. Através desse estabelecimento, conseguimos chegar a mais sete postos, todos em nome de laranjas, que participavam do esquema. E identificamos que o líder da organização era o seu Pacovan e a mulher dele”, informou o delegado Tiago Bardal, da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

Ainda de acordo com o delegado, as investigações apontaram que havia a prática de crimes contra a ordem financeira e tributária, com evasão fiscal, já que eram recolhidos menos imposto do que deveria. Foi constatado, também, vários crimes ligados à prática da agiotagem. O esquema criminoso envolvia prefeituras do interior do Maranhão, e os postos eram utilizados para dissimular transações comerciais.

“Algumas prefeituras e até emendas parlamentares eram utilizadas para adquiri petróleo e derivados, só que na verdade entrava o dinheiro público pagando pelo serviço, só que o serviço nunca era prestado. O dinheiro que entrava era de agiotagem, pagamento de campanha, enfim, dinheiro de corrupção”, explicou o delegado Tiago Bardal.

De acordo com as investigações, um prefeito fazia um contrato de compra e venda de combustível com um dos postos envolvidos no esquema, e colocava no contrato o custo anual. O prefeito passava a fazer transferências de dinheiro do município para as contas bancárias dos donos dos postos de combustível. Mas, o valor pago não era para fornecimento de combustível, e sim para quitação de empréstimos do esquema de agiotagem.

O delegado Tiago Bardal afirmou que foi pedida a prisão de 18 pessoas, além da busca e apreensão em vários imóveis dos envolvidos no caso, bem como o bloqueio dos bens dos mesmos.

A próxima fase da operação será analisar todos os documentos e provas apreendidas no intuito de identificar de fato a origem do dinheiro que mantinha a organização, e descobrir quais prefeituras estão envolvidas no esquema criminoso. A Priore estão sendo investigados os crimes contra a ordem econômica e tributária, fraude, usura em licitação e lavagem de dinheiro.

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