União Civil

132 casais oficializarão união hoje no Casamento Comunitário

Cerimônia acontece às 16h, no IFMA do Maracanã, e os noivos são moradores da Vila Esperança.

Jock Dean/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h21

SÃO LUÍS - Em mais uma edição do projeto Casamento Comunitário, da Corregedoria Geral de Justiça do Maranhão (CGJ), 132 casais do bairro Vila Esperança oficializarão suas uniões em cerimônia que ocorre hoje às 16h, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), no Maracanã. Entre a maioria dos noivos, o clima é de muita expectativa para, após anos de convivência, dizer “sim” diante do juiz. Para eles, a Certidão de Casamento é a segurança da garantia dos direitos adquiridos durante os anos de relação.

Segundo a juíza titular da 3ª Vara da Família, Joseane Bezerra, que está organizando a cerimônia coletiva, o número de casais dispostos a casar oficialmente foi surpreende, pois a maioria dos noivos mora em um único bairro de São Luís. "Isso deixa claro que as pessoas ainda acreditam na necessidade de oficializar a relação para constituir a família, seja por causa do preconceito com os casais que apenas moram juntos ou para garantir seus direitos", analisou. No entanto, ela observou que esse tipo de iniciativa também é muito concorrido porque os custos são elevados para as pessoas de comunidades carentes.

O corregedor-geral da Justiça, Cleones Carvalho Cunha, prestigiará o Casamento Comunitário, assim como outros juízes convidados estarão presentes auxiliando na celebração. Após a cerimônia coletiva, uma pequena comemoração será realizada com bolo para os noivos e refrigerante para os convidados.

Expectativa - A dona de casa Elieuza da Conceição Oliveira, de 44 anos, mora há 22 anos com o operário José Maria Marques Costa, de 48 anos, mas só agora terão a oportunidade de se casarem "de papel passado", como frisaram em entrevista a O Estado. Eles nunca haviam se casado oficialmente porque o operário ainda não tinha conseguido se divorciar oficialmente da ex-mulher, o que ocorreu há pouco mais de um ano. "A partir de amanhã [hoje], serei Elieuza da Conceição Oliveira Costa", destacou a dona de casa.

José Maria Marques Costa fez questão de comprar alianças para trocar com a mulher diante do juiz. "Nós estamos muito ansiosos. Afinal, estamos esperando muito tempo por esse momento, mas na hora vamos manter a calma", garantiu. A noiva pensou em alugar o vestido, mas de última hora decidiu comprar um para poder guardar de recordação. "Meu marido também comprou um terno para usar durante a cerimônia e preparamos uma festinha em casa para a família e alguns amigos", comentou Elieuza da Conceição Costa.

A iniciativa de realizar um casamento comunitário na localidade partiu dos moradores. Muitos deles tentaram se inscrever na cerimônia, que foi realizada em dezembro do ano passado em São José de Ribamar, mas não conseguiram. Por isso procuraram a associação de moradores do bairro, que entrou com pedido junto à CGJ. Inicialmente, 30 casais iriam participar da cerimônia, mas o número aumentou, até chegar a 132.

Segundo o presidente da Associação de Moradores da Vila Esperança, Francisco Oliveira, assim como José Maria e Elieuza, a maioria dos casais que oficializarão suas relações hoje à tarde já vivem juntos há pelo menos cinco anos. "Para quem mora em comunidades mais carentes, morar junto é mais fácil e barato, mas eles não perdem de vista que a Certidão de Casamento torna a relação mais segura. Por isso, iniciativas como essa são muito boas", comentou.

Número

R$250 é o valor aproximado do casamento civil no estado do Maranhão, incluindo processo, juiz de paz e certidão, realizado durante a semana, no cartório e em horário de atendimento ao público.

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