Governo federal

Nomeações para 2º escalão estão suspensas, diz Temer

Reunião do PMDB desta manhã foi transferida para a casa de Michel Temer.

Fábio Tito/ G1

Atualizada em 27/03/2022 às 12h44

BRASÍLIA - O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou, nesta terça-feira (4), que as nomeações de cargos do segundo escalão do governo estão suspensas. "Ficou tudo suspenso até que haja diálogo entre todos os partidos da base aliada", disse.

Temer participou da cerimônia de transmissão do cargo de ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, em que assumiu Wellington Moreira Franco, indicado pelo próprio vice-presidente. Questionado sobre o suposto descontentamento do PMDB na partilha de cargos do primeiro e agora do segundo escalão, Michel Temer disse que "não há desagrado".

Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff não foi abalada pela reação da base aliada quanto à partilha de cargos. "Ela tem experiência. Essas coisas são assim mesmo, são repetitivas, mas quando se repetem, servem de experiência. Vai servir exatamente para que ela tenha o diálogo. Agora, ela tem plena intenção de dialogar", disse.

Perguntado se não iria interceder em nome do PMDB nas negociações, ele respondeu: "Vou exercer o papel de vice-presidente".

O novo ministro da SAE, Moreira Franco, afirmou que a questão ainda está apenas no plano da especulação. "Não há nada de concreto, essa questão sequer foi iniciada. Agora, eu não tenho a menor dúvida que o esforço que temos que fazer, não só o PT como o PMDB, mas os outros partidos que compõem a base também, nós temos agora uma responsabilidade profunda de fazer com que o governo avance. Para isso é preciso tranquilidade e unidade", afirmou.

Também negou a possibilidade de crise no partido. "Crise? Não, o que é isso? A vida parlamentar é do dissenso, da opinião. É claro que haverá sempre divergências, mas isso não configura uma crise", disse o ministro.

O presidente da Câmara dos Deputados e candidato do governo para permanecer no cargo, Marco Maia (PT-RS), também descartou a crise e disse que o momento não deve ter reflexo em sua candidatura.

"Não há crise com o PMDB. O que há é um debate legítimo de todos os partidos, buscando ocupar o maior espaço possível dentro de um governo que está se iniciando, o que é legítimo dentro dos partidos que ajudaram a eleger a presidenta Dilma Rousseff. Nós vamos conversar muito daqui até o dia 1º de fevereiro em relação à eleição da mesa da Câmara, e eu não acredito que essas questões tenham impacto na candidatura", afirmou.

O presidente da Câmara defendeu que as vontades dos novos ministros também precisam ser respeitadas. "Nós temos que respeitar o interesse dos partidos e a vontade dos ministros, o importante é que haja um diálogo permanente entre os partidos da base aliada para compor da melhor maneira possível os espaços que estão à disposição", declarou.

"Não vejo por que um debate que acontece no Executivo vai influenciar a Câmara dos Deputados. Nós vamos respeitar a autonomia que a Câmara precisa ter em relação ao Judiciário e ao Executivo, e não queremos também que o Executivo influencie nos debates e nas discussões da Câmara dos Deputados", afirmou o presidente.

Marco Maia também disse que se considera preparado para dialogar com todos os partidos e para construir uma gestão que seja equilibrada, caso seja eleito e permaneça como presidente da Casa.

Além de Michel Temer e Marco Maia , diversas outras autoridades estiveram presentes na cerimônia, entre eles os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Nelson Jobim (Defesa), Edison Lobão (Minas e Energia), Antônio Patriota (Relações Exteriores), Garibaldi Alves (Previdência) e o advogado-geral da União, Luiz Inácio Lucena Adams.

Reunião do PMDB

Uma reunião do PMDB inicialmente marcada para acontecer na casa de José Sarney, às 11h, entre o presidente do Senado, Roseana Sarney, Renan Calheiros, Valdir Raupp e Henrique Eduardo Alves, pouco depois foi transferida para a casa do vice-presidente Michel Temer, na Asa Norte de Brasília.

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