São Luís

Terminais de integração são tomados por camelôs

Nos fins de semana, quando não há fiscalização, eles pagam sua passagem e permanecem no local.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h50

SÃO LUÍS - Sem fiscalização, vendedores ambulantes estão invadindo terminais de integração de linhas de ônibus nos fins de semana para vender produtos. Bancas e caixas de isopor ocupam as passarelas destinadas aos passageiros. DVDs piratas, bombons, óculos escuros, água mineral e uma grande variedade de comida são alguns dos itens comercializados irregularmente.

Se já é difícil enfrentar as filas tumultuadas de ônibus nos terminais da cidade, pior fica com a presença cada vez mais expressiva dos vendedores ambulantes itinerantes não cadastrados, assim chamados por não terem ponto de venda fixo. Por não serem cadastrados na Prefeitura e não terem condições para alugar um ponto de venda, eles carregam a mercadoria em pequenas bandejas feitas de papelão ou isopor, mostradores de tecido improvisados, bolsas ou mesmo nos braços e andam pelos terminais em busca de clientes.

Sem o menor controle, camelôs impedem o tráfego nas passarelas. A poluição visual atrapalha funcionários que passam pelo local. A sujeira deixada por eles e pelos passageiros que consomem os produtos vendidos nas bancas incomoda os usuários nos terminais de integração do São Cristóvão e da Cohab. "Vira uma bagunça, é uma sujeira. Tem salgadinho, papel de bombom, garrafa de água mineral espalhados no chão", reclamou a professora Leila Santos, de 32 anos.

De acordo com o supervisor do terminal Mário Seixas, a fiscalização do comércio, que é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh), só acontece durante a semana. Sem os fiscais, os camelôs invadem a área durante a noite, aos sábados e domingos. "Eles pagam a passagem, por isso, nós [funcionários da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte - SMTT] não podemos impedi-los", explicou.

Outro lado - Os vendedores ambulantes alegam que essa é a única alternativa frente ao desemprego e desqualificação profissional. "Moro na Santa Bárbara e trabalho em frente ao Terminal de Integração da Cohab. Como todo mundo, gostaria de descansar do trabalho aos domingos, mas sou obrigado a vir para o Terminal do São Cristóvão, onde o movimento de passageiros é maior para aumentar a venda. Esta é a única forma que encontrei para sustentar a minha família", disse o vendedor ambulante Raildo Silva, de 20 anos.

Raildo Silva, que é casado e tem dois filhos (um de 1 ano e outro de 4 anos), consegue ganhar até R$ 30,00 por domingo com a venda de DVD pirata. "É a mesma renda que consigo trabalhando durante a semana. À noite, eu e minha mulher estudamos", afirmou. O vendedor conta que já tentou arrumar outra profissão. "Sem terminar os estudos é muito difícil", explicou.

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