Calamidade

Paquistão emite novos alertas de enchente

BBC Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 12h50

As autoridades do Paquistão emitiram, nesta quarta-feira (18), novos alertas de enchente no país, onde as cheias das últimas semanas já afetaram cerca de 20 milhões de pessoas.

Os novos alertas se referem à região sul do Paquistão, onde fica a província de Sindh e a maior cidade paquistanesa, Karachi. Várias cidades e povoados na província estão em estado de alerta, já que a expectativa é que o rio Indo, que vem subindo de nível, inunde mais áreas.

A região mais afetada pelas enchentes vinha sendo o norte do país, mas o nível da água vem subindo, lenta e gradualmente, nas planícies do sul, área responsável pela maior parte da produção agrícola do Paquistão.

As atuais cheias são consideradas por Islamabad o pior desastre natural da história do país. Seis milhões de pessoas necessitariam de ajuda imediata, segundo a ONU.

Pelo menos 1,6 mil pessoas morreram, e o número deve subir devido a doenças relacionadas às águas, como hepatite e cólera.

Ajuda

A ONU diz que a escala do desastre está além da capacidade do governo paquistanês e que obteve de doadores a promessa de mais da metade dos US$ 460 milhões (mais de R$ 800 milhões) do que pediu para ajudar o Paquistão.

Nesta quarta-feira, a União Europeia anunciou que vai ampliar em 30 milhões de euros (cerca de R$ 67,5 milhões) a verba de emergência ao país, que passará a ser de 70 milhões de euros (R$ 157,6 milhões), sem contar as doações individuais de países do bloco.

O enviado britânico ao Paquistão disse ser “lamentável” que as instituições de caridade paquistanesas não estejam recebendo o bastante por causa de temores de eventuais ligações com grupos radicais.

Analistas dizem que é possível que grupos insurgentes se beneficiem do desastre, levando ajuda para áreas as quais o governo não chega.

O Banco Mundial aprovou um empréstimo de US$ 900 milhões ao Paquistão e disse que o impacto das cheias levará anos a ser superado. O governo do país calculou em US$ 15 bilhões o custo e cinco anos o prazo da reconstrução.

A distribuição de ajuda vem sido dificultada pelos severos danos à infraestrutura do país, com estradas e pontes destruídas pelas águas.

Muitas das vítimas e especialistas vêm criticando o governo por não ter emitido avisos de que áreas estariam prestes a ser alagadas.

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