Entrevista

Gerente de Engenharia fala sobre a TV Digital

Arthur Mendes Vilela falou sobre a experiência da Rede Globo e os avanços já conquistados.

Roberta Gomes/ Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h55

SÃO LUÍS - O gerente de Engenharia de Afiliadas em Expansão da Rede Globo, Arthur Mendes Vilela, esteve no Sistema Mirante para colaborar e prestar seus serviços na implantação do Sistema Digital na TV Mirante, afiliada da Rede Globo. Em sua visita, ele avaliou o início do planejamento da TV Digital na Rede Globo e suas afiliadas, além do esforço para manter o padrão de qualidade ao telespectador.

Quando teve início o planejamento da TV Digital na Rede Globo?

Arthur Mendes Vilela - Desde quando começou a se discutir o sistema digital no mundo, a Globo já acompanhava as discussões nos Estados Unidos. Sempre tivemos a preocupação de mandar as equipes de engenharia participar das feiras e encontros para acompanhar o que há de novidade nos grandes centros de tecnologia. Posteriormente, quando surgiu o Sistema Digital, e os rádio-televisores e a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) concluíram que o sistema japonês oferecia maior mobilidade e otimização,

além da concepção de múltiplos serviços para os segmentos de transmissão de dados móveis e portáteis, iniciamos o planejamento interno.

Quais foram os primeiros passos para que isso

começasse a se tornar realidade?

Arthur Mendes Vilela - O trabalho já havia começado bem antes da definição do padrão japonês. A Globo já captava imagens em alta definição, mesmo antes da TV digital ser inaugurada; o nosso cuidado hoje é com a produção dos programas em alta definição. Já estamos na quarta novela em HD, os horários das sessões de filmes, como Tela Quente, Intercine; no jornalismo algumas edições do Globo Repórter, também o futebol, e garantimos que a Copa do Mundo de Futebol será em alta definição. Aos poucos estamos expandindo a programação.

Logo que o modelo japonês foi escolhido para o sinal digital no Brasil, quais foram as principais medidas tomadas pela Rede Globo?

Arthur Mendes Vilela - A partir da escolha do modelo japonês, o desafio foi descobrir a melhor maneira de colocá-lo em operação. O sistema é muito complexo. Para se ter uma ideia, o sistema analógico trabalha com até três canais de áudio, no digital pode chegar a 16. Outro desafio é criar um modelo de distribuição com a cabeça de Rede, além do próprio tráfego interno de sinais, que também é muito grande.

Quais os equipamentos que tiveram que ser adquiridos e quanto foi esse investimento?

Arthur Mendes Vilela - Para pensar tamanha interatividade por meio do sistema digital cuidados especiais estão sendo tomados nas emissoras; adquirimos, entre os principais, um controle de mesa que é um conjunto de equipamentos, e agora o investimento será na etapa de produção dos conteúdos. É difícil precisar o valor do investimento, pois, a cada dia sempre a tecnologia nos apresenta possibilidades, a prioridade é criar um padrão. O esforço das afiliadas é investir em equipamentos de alta definição.

Devem ter sido feito vários testes, quando eles

começaram e como foram?

Arthur Mendes Vilela - Bem, desde que a TV digital foi inaugurada em dezembro de 2007, viemos trabalhando ao longo destes dois anos e as afiliadas sempre são informadas dos nossos testes, e ficam responsáveis por distribuir as informações aos técnicos, e assim, criamos uma permanente troca de experiência. Aos poucos, mas

com muita segurança as adaptações vão sendo realizadas.

A primeira transmissão digital da Globo foi em dezembro de 2007. Qual foi a avaliação disso e se tem idéia, uma média, de quantas pessoas puderam constatar essa primeira transmissão?

Arthur Mendes Vilela - A avaliação foi extremamente positiva, contudo, como é uma tecnologia recente e o padrão ainda não está fechado, o público abrangente foi pouco e ainda não temos como medir com exatidão.

Nesses dois anos, quais foram os avanços? Algum passo saiu errado, ou se estava exatamente no caminho certo?

Arthur Mendes Vilela - Os avanços são diários, o que de fato se tem como demanda é duplicar todo o sistema de recepção da cabeça de rede de transmissão. A opinião de todos na Rede Globo e suas afiliadas é de que estamos no caminho certo.

Hoje, há uma estatística de quantos telespectadores assistem à Rede Globo pelo sinal digital?

Arthur Mendes Vilela - Atuamos em 23 cidades com

sinal digital, o que representa um público potencial de 23 milhões em Joinvile, Santos, Uberaba entre cidades e capitais. Contudo, apesar de não haver uma pesquisa fechada, as vendas de receptores portáteis já é alta mesmo sem o sinal. Então, o aumento da audiência é constante.

Quais são as produções, hoje, que são feitas totalmente em HD?

Arthur Mendes Vilela - Estamos na quarta novela das oito em HD, a minissérie Maysa, Cinquentinha, os programas Som Brasil, O Domingão do Faustão quando gravado no Rio de Janeiro, além dos especiais de fim de ano e as partidas de futebol. No jornalismo, o Globo Repórter em HD. A prioridade são os programas de entretenimento e a dramaturgia.

O jornalismo da Globo já é todo em HD?

Arthur Mendes Vilela - Atualmente somente O Globo

Repórter, mas aos poucos o jornalismo também será 100% alta definição.

São oferecidos cursos, capacitações para os seus funcionários, de todas as áreas?

Arthur Mendes Vilela - A Globo tem a preocupação de capacitar seus técnicos, com cursos de TV digital, e com aulas presenciais com as equipes de engenharia das afiliadas.

Houve resistência de equipes, ou adaptação para o novo modelo de televisão?

Arthur Mendes Vilela - Não houve resistência, o que ocorreu foi uma dificuldade natural para se adaptar, mas com os treinamentos aos poucos já estaremos hábeis para o Sistema da TV Digital.

Quais são as expectativas para os próximos anos, com os prazos que devem ser cumpridos?

Arthur Mendes Vilela - Estamos seguindo decreto do

Governo Federal com o planejamento de até 2016. Para tanto, o esforço de todas as integrantes da rede e afiliadas devem gerar um retorno bem mais rápido.

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